Itália capta 7,5 bilhões de euros em bônus
País conseguiu vender bônus a juros 2,697%; valor é menor do que exigido pelos investidores
O Tesouro italiano captou nesta quinta-feira 7,5 bilhões de euros em bônus a 12 meses com juros de 2,697%, menores do que os 3,972% exigidos pelos investidores no último leilão de títulos similares, em junho. Esta é a primeira emissão de dívida que a Itália realiza após o Conselho Europeu que ocorreu no final de junho e os últimos cortes no orçamento, avaliados em 26 bilhões de euros. A demanda superou a oferta e ficou em 11,595 bilhões de euros.
Deste modo, o rendimento oferecido hoje volta a situar nos níveis de dois meses atrás. Os analistas afirmaram antes da emissão desta quinta-feira que se a Itália conseguisse se financiar com juros abaixo de 3% o resultado do leilão poderia ser considerado positivo. Amanhã o Tesouro italiano fará um novo leilão e colocará entre 3,5 bilhões e 5,25 bilhões de euros em bônus a três, dez e quinze anos.
Esta emissão de dívida a curto prazo era um teste para a Itália, um dia após o primeiro-ministro, Mario Monti, afirmar que não descarta apelar para os fundos de resgate da Eurozona para enfrentar o aumento das taxas, uma opção que não havia contemplado até agora.
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Apesar da confiança proporcionada pelas medidas de rigor e pelas reformas adotadas pelo governo Monti, as taxas da dívida italiana voltaram a subir nas últimas semanas. A Itália, com uma dívida que representa 120% de seu Produto Interno Bruto (PIB), voltará a emitir dívida a médio e longo prazo na sexta-feira.
Contexto – A redução das taxas de juros de títulos públicos italianos representa uma interrupção da tendência registrada desde o final de maio, que obrigava a Itália a pagar mais para se financiar no mercado. Em junho, os juros dos títulos públicos italianos de três anos subiram para o maior patamar desde dezembro do ano passado, quando o país vivia uma turbulência política e econômica, com a saída do então primeiro-ministro, Silvio Berlusconi. O déficit público da Itália subiu para 8% no primeiro semestre.
O mercado está colocando a Itália como o próximo país, depois da Espanha, a precisar de ajuda financeira internacional para resolver sua situação. Ambos passam por período de recessão econômica. A expectativa é de que o PIB italiano se contrairá este ano “cerca de 2%”, anunciou semana passada o presidente do Banco Central do país, que pediu que o país adote “um novo espírito italiano” para enfrentar a crise da dívida na Eurozona. Para este ano, a previsão é de que o PIB italiano tenha contração de 2%.
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(Com agências EFE e France-Presse)