Itália paga novamente juros altos para emitir bônus
Governo italiano vendeu € 4,5 bilhões com maiores juros desde dezembro, ápice da crise política recente italiana
Mais uma vez a Itália pagou caro para emitir títulos públicos. Nesta quinta-feira o país vendeu bônus a médio e a longo prazo por 4,5 bilhões de euros. As taxas de juros dos bônus de três anos, por exemplo, foram vendidas com juros de 5,3%, muito acima dos 3,91% pagos um mês antes. Este foi o maior rendimento oferecido pela Itália por seus bônus a três anos desde dezembro, quando o país atravessou um dos seus piores momentos econômicos.
Na quarta-feira o custo dos empréstimos de um ano da Itália já haviam alcançado 3,97% em leilão. O Tesouro italiano também colocou em outros dois leilões 873 milhões em bônus a 10 anos fora de emissão e com vencimento em 2020, com juros de 6,12%, assim como 626 milhões em dívida a 15 anos com vencimento em 2019 a um rendimento de 6,10%. Após as emissões, o prêmio de risco do país, medido pelo diferencial entre os bônus a dez anos alemães e italianos, ficou nos 475 pontos básicos da abertura do pregão.
O mercado está tenso pela decisão da agência de classificação de risco Moody’s de rebaixar em três notas a classificação de crédito da Espanha, o que se traduziu em um novo nível recorde das taxas do bônus espanhol no mercado secundário. No sábado, a União Europeia anunciou que irá atender o pedido da Espanha de empréstimos de até 100 bilhões de euros para o país sanar os problemas financeiros dos bancos.
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Na quinta-feira, o rendimento dos títulos de 10 anos da Itália subiu para 6,3 por cento, o maior desde janeiro. Especialistas explicam que as últimas emissões anularam os bons resultados produzidos após a chegada ao governo do tecnocrata Mario Monti.
(com agências EFE e AFP)