Dívida pública espanhola bate novo recorde a 84,1% do PIB

País teve gastos em alta em todas as esferas da administração pública, de acordo com banco central do país

Por Da Redação
15 mar 2013, 10h00

Protestos na Espanha em 2012: políticas de austeridade para diminuir endividamento está prejudicando economia e, consequentemente, criação de empregos (Dominique Faget/AFP/VEJA)

A dívida pública espanhola aumentou consideravelmente no último trimestre de 2012 e alcançou em dezembro o nível recorde de 84,1% do Produto Interno Bruto (PIB), conforme anunciou nesta sexta-feira o Banco da Espanha, banco central do país. O aumento dos gastos tanto com a administração central quanto com as 17 regiões autônomas do país pesaram sobre o endividamento. A dívida espanhola aumentou 14,8% em 2012, mas ainda está dentro dos limites previstos pelo governo, que esperava um endividamento de até 85,3%, sem considerar o empréstimo europeu aos bancos do país, que soma 41,3 bilhões de euros.

A Espanha está em recessão desde o fim de 2011 e um de seus principais problemas é o desemprego, especialmente entre jovens. Por isso, nesta quinta-feira, o Fundo Monetário Internacional (FMI) inesperadamente pediu à Espanha que diminua progressivamente seu ritmo de cortes no orçamento – medidas de austeridades impostas pelo próprio FMI em troca de ajuda financeira. O motivo, de acordo com o órgão internacional, é a necessidade de prejudicar ainda mais a já sofrida economia do país. “O retorno ao crescimento exigirá um caminho significativamente mais gradual de saneamento orçamentário junto à implantação de reformas estruturais que possam gerar emprego”, declarou um porta-voz do Fundo, William Murray, em coletiva de imprensa.

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Grande defensor da ortodoxia orçamentária, o FMI suavizou recentemente sua doutrina após ter admitido que subestimou os efeitos da austeridade sobre o crescimento na zona do euro. A recessão se agravou na Espanha no último trimestre de 2012, após uma queda de 0,8% no Produto Interno Bruto (PIB). A diminuição do consumo interno foi uma das principais causas do quadro, de acordo com o Instituto Nacional de Estatísticas (INE). Em todo o ano de 2012, a economia espanhola contraiu 1,4%, resultado melhor do que o esperado pelo governo, de queda de 1,5%. Em fevereiro, o número de desempregados na Espanha ultrapassou os cinco milhões de pessoas pela primeira vez, ou 26% da população ativa.

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(com Agence France-Presse)