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Dilma quer juros e spread do Brasil em patamar internacional

Em evento no Senai, presidente voltou a criticar política monetária dos desenvolvidos e defender competitividade da indústria

Por Luciana Marques
13 abr 2012, 13h19

A presidente Dilma Rousseff mostrou ter previsões otimistas em relação ao custo dos empréstimos tomados no Brasil. Sem citar valores, Dilma indicou que o governo quer estimular a redução dos juros para desatar, em suas palavras, os “nós” que dificultam o crescimento da economia. A presidente discursou na manhã desta sexta-feira em evento do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) sobre a competitividade na indústria. O órgão é ligado à Confederação Nacional da Indústria (CNI).

“Temos de desmontar alguns entraves ao nosso crescimento sustentável e continuado. Esses entraves podem ser resumidos muito simplificadamente na necessidade de incluirmos nossos juros e spreads (diferença entre os custos de captação e os juros de empréstimo) nos padrões internacionais de custo e capital”, disse a presidente, desconsiderando completamente as razões conjunturais que fazem os juros brasileiros estarem entre os mais altos do mundo. “Temos que ter capacidade de crescer sem gerar a inflação. E o aumento de produtividade diminui pressão inflacionária”, afirmou Dilma.

Dez dias depois de anunciar a desoneração da folha de pagamentos para alguns setores, a presidente se comprometeu mais uma vez a reduzir os impostos à indústria. “O Brasil tem uma estrutura tributária pesada para ser carregada em um processo de crescimento sustentável”, afirmou.

Segundo Dilma, o governo deve conter os mecanismos que barram o crescimento do país. “Não são os juros, o câmbio, os impostos. Mas é a capacidade desse país de criar inovação”, disse. Para ajudar a romper esse entrave, o governo irá investir, junto com a iniciativa privada, 3,2 bilhões de reais no programa Ciência Sem Fronteiras, que patrocina estudantes brasileiros que queiram se especializar em universidades no exterior, em áreas de interesse específicas. Para a plateia de empresários, Dilma ainda prometeu mudar o sistema de patentes. “Patente é imprescindível. O governo federal assume o compromisso de modificar Instituto Nacional de Propriedade industrial”, afirmou.

Crise – A presidente voltou a criticar a política de expansão monetária adotada pela Europa e Estados Unidos para enfrentar a crise econômica. “Temos de estar sempre atentos para que os mecanismos de combate à crise que os países desenvolvidos adotam – e que de alguma forma lembram muitos aqueles adotados nos anos 30 – não levem à desvalorização do nosso câmbio, nem tornem a indústria brasileira presa fácil de um processo de desconstituição e até de canibalização”, afirmou.

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Também presente no evento, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, afirmou que o Brasil deve melhorar a produtividade da indústria para conseguir competir com o mercado internacional e sustentar o crescimento da economia. “É preciso aumentar sistematicamente a produtividade brasileira em uma escala mais intensa, a níveis próximos a 4% ao ano”, disse.

Programa – O Programa de Apoio à Competitividade da Indústria Brasileira, que atua nas áreas de inovação tecnológica e educação profissional para a indústria, vai investir 1,9 bilhão de reais até 2014. Deste valor, 1,5 bilhão de reais serão financiados pelo BNDES e 400 milhões de reais são recursos do próprio Senai.

Segundo o presidente da CNI, Robson de Andrade, o número de profissionais treinados pelo Senai foi de 2,5 milhões no ano passado, em cerca de 3.000 cursos de formação. O objetivo do órgão é dobrar o número de treinamentos. “A meta é alcançar 2,7 milhões de matrículas neste ano e superar os 4 milhões em 2014”, afirmou Andrade.

O presidente do BNDES foi mais ousado: “Estamos nos preparando para dobrar o sistema para que nos próximos dez anos possamos treinar mais 50 milhões”.

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