Chipre foi caso único e não é modelo para UE, diz BCE
Benoit Coeure, membro do Conselho Executivo do BCE, disse que não há motivo para usar os mesmos termos do acordo do Chipre em outros países da região do euro
A crise bancária no Chipre foi um caso único e o plano de resgate não deve ser visto como um modelo para outros países europeus que tiverem problemas, disse nesta terça-feira o membro do Conselho Executivo do Banco Central Europeu (BCE), Benoit Coeure. Os credores do Chipre chegaram a um acordo com a ilha sobre um plano que reestrutura seu setor bancário, liquidando ativos podres e confiscando parte dos depósitos acima de 100 mil euros – considerado agressivo por especialistas, mas menos pior do que a proposta anterior, que taxava todos os depósitos bancários do país.
Coeure disse à rádio Europe 1 que o resgate definido para o Chipre na madrugada de segunda-feira destaca a necessidade de melhorar a regulação bancária fazendo com o que o BCE aja como um supervisor independente de acordo com os planos para uma união bancária europeia.
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Ele afirmou discordar da avaliação do presidente do eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, de que o resgate do Chipre pode servir como um modelo para crises em outros locais, declarações das quais o holandês voltou atrás depois de os mercados terem entendido como um sinal de que contribuições do setor privado devem ter um papel maior em futuros resgates. “Não vejo porque devemos usar os mesmos métodos em outro lugar”, disse ele sobre o resgate do Chipre, que alarmou os mercados ao abrir um precedente de acessos a depósitos em bancos privados. “Acho que o senhor Dijsselbloem estava errado ao dizer o que disse. A experiência do Chipre não é um modelo para o resto da Europa porque a situação chegou a um nível que não pode ser comparada a nenhum outro país.”
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(com agência Reuters)