Pressionada por fatores externos e locais, Bovespa tem sessão volátil
Bolsa abriu em queda, mas mantém leve aceleração no início da tarde; mercado espera decisão do Fed sobre o ritmo de compra de ativos financeiros
Depois de abrir o pregão desta terça-feira com queda acentuada, a BMF&Bovespa tem sessão volátil, marcada pela expectativa com a reunião do Federal Reserve, o Banco Central dos Estados Unidos. O mercado brasileiro está pressionado diante da possibilidade de o Fed anunciar a redução dos estímulos econômicos de compra de ativos. O cenário de incertezas provoca aversão ao risco, o que faz com que os investidores prefiram ativos mais seguros, como o dólar e títulos de renda fixa, ao mercado de ações.
Às13h15 (Brasília), o Ibovespa tinha leve alta de 0,08%, aos 49.127 pontos, depois de ter iniciado a sessão com queda de 0,73%, aos 48.728,69 pontos, por volta das 10h. O cenário do início da manhã fez com que o mercado acionário doméstico estivesse mais próximo de renovar os patamares mínimos, buscando níveis de abril de 2009, já na casa dos 47 mil pontos.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês), do Fed, está reunido entre esta terça e quarta-feira. Ao final da reunião, o BC americano vai divulgar se mantém ou não o ritmo de compra de ativos financeiros, atualmente de 85 bilhões de dólares mensais. O simples temor da diminuição desse ritmo já mexeu com os mercados, incluindo o Brasil. Nas últimas semanas, o dólar vem registrando uma trajetória de alta diante da maior parte das moedas, principalmente daquelas dos mercados emergentes, como o real.
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Câmbio – Na tarde de segunda-feira, o dólar encerrou a sessão cotado a 2,17 reais, mas começou as negociações desta terça acima de 2,18 reais. A alta da moeda norte-americana fez com que o BC entrasse no mercado de câmbio por meio de dois leilões de swap (equivalente à venda de dólares no mercado futuro). A autoridade monetária vendeu todo o lote de 60 mil contratos de swap cambial com dois vencimentos em leilão realizado no meio da manhã. Foram 30 mil contratos com vencimento em 01/08/2013 e 30 mil com prazo final em 02/09/2013. Por volta das 13h15, o dólar era negociado a 2,16 reais.
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Protestos – O gerente da mesa de renda variável da Fator Corretora, Frederico Lukaisus, avalia que as recentes manifestações ocorridas em todo Brasil e que têm ganhado páginas de capa nos principais jornais e agências de notícias do mundo estão ajudando a elevar o estresse dos mercados domésticos e a aversão ao risco. “Isso faz com que os investidores continuem com perfil defensivo em relação ao Brasil”, diz. Para ele, “o nervosismo das ruas está chegando aos mercados e é tudo reflexo da ‘barbeiragem’ do governo, não só na economia”.
(com Estadão Conteúdo)