Bolsa se recupera nesta terça e dólar volta a R$ 2,41
Ibovespa subiu 1,77% em pregão marcado por 'caça a pechinchas' e otimismo em relação aos bancos
O principal índice da BM&FBovespa subiu nesta terça-feira, com o setor financeiro ajudando a levantar o mercado, depois de o Itaú Unibanco divulgar resultado trimestral acima do esperado, e investidores caçando barganhas após a queda acentuada na segunda-feira. O Ibovespa subiu 1,77%, a 46.964 pontos. O giro financeiro do pregão totalizou 6,37 bilhões de reais.
O dólar também refletiu a melhora do humor do mercado, fechando em queda de quase 1% e voltando ao patamar de 2,41 reais nesta terça-feira. A desvalorização também ocorreu em decorrência do anúncio do Banco Central de que dará início ao processo de rolagem dos contratos de swap cambial tradicional (que equivale à venda de dólares no mercado futuro) que vencem em março, devido à recente fuga de capitais que têm atingido os mercados emergentes.
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A moeda norte-americana perdeu 0,90%, a 2,4152 reais na venda, mas chegou a bater 2,4061 reais na mínima do dia. Segundo dados da BM&F, o giro financeiro ficou em torno de 1,1 bilhão de dólares.
O BC informou após o fechamento da sessão anterior que iniciará na quinta-feira a rolagem do equivalente a 7,378 bilhões de dólares em swaps que vencem em 5 de março, aumentando a oferta de proteção cambial num momento de turbulência externa, sobretudo nos mercados emergentes.
A autoridade monetária tem rolado integralmente os swaps que venceram nos últimos meses e analistas afirmam que essa rodada não deve ser exceção. Desta vez, o BC anunciou a rolagem mais cedo, em meio à forte pressão sobre o dólar.
Durante a manhã, o BC também deu continuidade às intervenções diárias, vendendo a oferta total de até 4 mil swaps tradicionais com volume financeiro equivalente a 197,0 milhões de dólares. Foram 730 contratos para 1º de agosto e 3.270 contratos para 1º de dezembro deste ano.
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A depreciação do dólar ante o real veio em linha com a queda da divisa norte-americana sobre outras moedas emergentes, que vêm sofrendo intensa pressão nas últimas semanas em meio à onda global de mau humor com países em desenvolvimento.
Nesse contexto, o dólar chegou a ser negociado a 2,45 reais em alguns momentos na semana passada, patamar identificado por alguns no mercado como um importante teto de resistência por ameaçar a inflação já elevada no país.
Analistas ressaltam que o cenário de volatilidade deve continuar assolando os mercados emergentes, mesmo que de maneira um pouco diferenciada.
A valorização do dólar ante o real desde o início do ano até agora (2,45%) é a segunda menor dentro de uma cesta de oito moedas emergentes, à exceção do peso argentino, perdendo apenas para a rúpia indiana. O maior avanço veio sobre o rublo russo, que somou 6,42% até esta sessão.
(Com Reuters)