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BC espera inflação de 9% e contração maior do PIB em 2015

Em relatório, instituição admite que não conseguirá baixar a inflação para o teto da meta, de 6,5%, e prevê uma queda de 1,1% no nível da atividade econômica do país

Por Da Redação
24 jun 2015, 09h53

O Banco Central piorou as previsões para o cenário da economia brasileira neste ano no Relatório Trimestral da Inflação divulgado nesta quarta-feira. A instituição elevou a projeção do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 7,9% para 9%, exatamente o dobro da meta definida pelo governo para a inflação, de 4,5%. Pelo cenário de mercado, a previsão anterior também era de 7,9% e agora foi revisada para 9,1%.

Em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), o BC espera uma retração ainda maior, de 1,1%, do que a projetada no relatório anterior, de 0,5%. Se confirmado, este será o pior resultado do PIB em 25 anos. Desta forma, o órgão não descarta a possibidade de a economia entrar em recessão técnica neste ano, quando dois trimestre seguidos registram recuo no PIB. No primeiro, já encolheu 0,2%, segundo o IBGE.

O tom mais pessimista do relatório reflete as surpresas com os sucessivos dados negativos da economia do país. “Os efeitos, no curto prazo, dos ajustes macroeconômicos adotados no âmbito das políticas monetária e fiscal, associados, ainda, a eventos não econômicos, concorrem para que o crescimento da atividade econômica neste ano situe-se abaixo do crescimento potencial”, informa o documento.

Com a análise, fica cada vez mais evidente que a autoridade monetária desistiu de tentar levar a inflação para o centro da meta de 4,5%. Tampouco, deverá reduzir o indicador para o teto de 6,5%. Com isso, a equipe liderada pelo presidente Alexandre Tombini terá de escrever uma carta ao ministro da Fazenda explicando os motivos que levaram a instituição a não cumprir sua tarefa bem como dar indicações sobre o que fará para reverter o quadro de descontrole dos preços.

“Ainda no cenário de referência, a probabilidade estimada de a inflação ultrapassar o limite superior do intervalo de tolerância da meta em 2015 situa-se em torno de 99% e, em 2016, de 11%”, diz o texto.

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O BC tem dito que sua missão é combater os efeitos secundários da alta da inflação deste ano. O objetivo é evitar transmissão para 2016 por meio da inércia.

Para o próximo ano, o BC aposta que conseguirá reduzir a inflação a níveis aceitáveis: a projeção foi ajustada para baixo de 4,9% para 4,8%. No cenário de mercado, a previsão de alta de 5,1% para 2016 foi mantida.

As estimativas são usadas como base para os analistas do setor privado calibrarem suas previsões para a próxima decisão do Comitê de Política Monetária (Copom), marcada para o fim de julho. A grande questão a ser levantada é se o BC manterá o ritmo de alta de 0,5 ponto porcentual, como nos últimos meses, ou se já está se aproximando do fim do ciclo de aperto monetário. Desde outubro, o Comitê deciciu por elevar a taxa básica de juros (a Selic), ininterruptamente. Atualmente, ela está em 13,75% ao ano.

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(Da redação)

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