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Ações da Telecom Italia caem 19% e CEO vem ao Brasil

Papéis da empresa recuam em Milão ante receio com o mercado brasileiro. Analistas italianos afirmam, no entanto, que não há nada a temer.

Por Keila Cândido e Naiara Bertão
24 jul 2012, 21h03

As ações da Telecom Italia, que controla o capital da TIM Brasil, acumulam queda de 19% na bolsa de valores de Milão desde 18 de julho, quando a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) anunciou a decisão de suspender a venda de novos chips da TIM em 18 estados e no Distrito Federal. A queda, segundo a imprensa italiana, deve-se às incertezas relacionadas à operação brasileira da empresa. Na quinta-feira, um dia após a coletiva da Anatel, as ações da companhia tiveram sua negociação interrompida em Milão, quando a queda ultrapassou 8%.

Pressão – A estratégia italiana desde o primeiro anúncio da Anatel, na semana passada, tem chamado a atenção. Ao contrário das demais operadoras afetadas (Oi e Claro), a TIM contestou a decisão da agência – primeiro por meio de comunicado e depois ao impetrar um mandado de segurança para impedir a suspensão das vendas. A Justiça negou o pedido, mas a Embaixada da Itália entrou em ação e enviou ofício ao ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, e ao conselho da Anatel para dizer que está ‘acompanhando de perto’ as tratativas entre a TIM e o Palácio do Planalto. Na agência, o gesto foi interpretado como uma pressão desnecessária do país europeu.

Nesta terça-feira, o presidente mundial da empresa, Franco Barnabè, ligou para o Secretário-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, para tratar o assunto. Questionado sobre a pressão italiana, o ministro Bernardo disse à imprensa que a comunicação é “normal”. “São nossos amigos, são servidores do governo italiano, representam o país aqui”, complementou, referindo-se aos integrantes do corpo diplomático italiano que acompanham o caso. Na quarta-feira, Barnabè é esperado em Brasília, onde tem um encontro com o ministro.

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Analistas minimizam queda – Na Itália, enquanto a queda das ações da companhia de telecomunicações reflete os temores do mercado, analistas ouvidos pelo site de VEJA afirmam que não há razões para se preocupar.

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“O entendimento que temos é que a suspensão é uma situação temporária, que não passará de um mês. É difícil imaginar que haverá um impacto nos números”, afirma uma analista de um banco europeu que pediu para não ser citada. Na avaliação dela, haverá impacto apenas no market share (fatia de mercado) de novas linhas devido à suspensão de vendas. Ainda assim, segundo a economista, a participação destas novas habilitações no resultado total do grupo é limitada, pois representam reduzida fatia se comparada à enorme base de clientes da operadora no país. Desta maneira, a decisão da Anatel não teria fôlego para puxar para baixo o resultado da TIM, e muito menos da Telecom Italia.

No primeiro semestre de 2012, o grupo italiano acumulou receitas de 7,4 bilhões de euros, sendo o Brasil responsável por 26% desse valor. O país é a maior fonte de receita da tele depois da própria Itália, que responde por 60% do faturamento.

Segundo outro analista que também preferiu não ter seu nome revelado, o empenho das empresas em apresentar planos de investimento reduzirá o tempo da suspensão de vendas. Contudo, ele acredita que o maior impacto poderá surgir na marca TIM. “Todo esse holofote sobre a TIM poderá afetar a percepção de clientes que estejam pensando em mudar de operadora, ou até mesmo criar uma certa rejeição à marca. Essa é, talvez, uma preocupação maior”, disse.

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