Com a saída dos principais patrocinadores, rombo nas contas e pode influenciar o futuro da corrida na categoria
Por Da redação
Atualizado em 12 nov 2016, 12h23 - Publicado em 12 nov 2016, 08h05
O GP do Brasil de Fórmula 1 não passou imune à crise econômica. Em sua 45.ª edição, a corrida perdeu importantes patrocinadores e deve apresentar prejuízo de US$ 30 milhões (cerca de R$ 98 milhões) neste ano. A maior baixa foi a Petrobras, que até batizava o GP. A estatal sofre com duras perdas econômicas em meio às investigações da Operação Lava Jato. A etapa brasileira também ficou sem o apoio da Shell.
“Neste ano certamente não vamos conseguir fechar as contas”, revelou Tamas Rohonyi, em entrevista exclusiva ao jornal O Estado de S.Paulo. “Deve dar um prejuízo de US$ 30 milhões”. Sem revelar detalhes sobre as finanças do GP, ele atribui o pesado déficit às perdas dos patrocínios da Petrobras e da Shell. A estatal petroleira vive momento ruim e fechou o terceiro trimestre deste ano com prejuízo de R$ 16,4 bilhões. O resultado negativo é o terceiro maior da história da empresa.
Os números do GP do Brasil, no entanto, não causam preocupação imediata ao promotor da prova. Pelo acordo que tem com a Formula One Management (FOM), esta perda é saldada pela empresa que administra a F-1. “O contrato que temos com ela é que, se não conseguirmos fechar as contas, a empresa paga. É o contrato que temos atualmente. Claro que isso incomoda a FOM, mas esta é uma decisão estratégica dela”.
Se não preocupa a curto prazo, a perda do patrocínio pode virar um problema no futuro, caso os prejuízos se acumulem. Tanto que a saída da Petrobras foi tema de conversa entre Bernie Ecclestone, chefão da Fórmula 1, e o presidente Michel Temer em encontro realizado no Palácio do Planalto, em Brasília, na última quarta-feira. Os dois conversaram por cerca de 30 minutos. Foi o primeiro encontro de Ecclestone com Temer. O dirigente da Fórmula 1 tem relações antigas com o Brasil ao estar presente em todos os GPs, além de ser casado com uma brasileira e cultivar café em fazenda na cidade de Amparo, no interior de São Paulo.
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“O presidente reafirmou que o GP do Brasil é importante para o país”, disse o promotor da corrida em Interlagos sobre o encontro. “Ele disse que estamos atravessando fase econômica muito difícil, que perdeu o patrocínio, o que tem consequências sérias para o empreendimento”, contou Tamás.
No lado esportivo, o automobilismo brasileiro vive o maior jejum de vitórias da história da categoria. O último triunfo foi em 13 de setembro de 2009, com Rubens Barrichello no GP da Itália, em Monza, pela Brawn GP. O País não tem representantes confirmados no próximo ano, já que Felipe Massa vai deixar a categoria e Felipe Nasr ainda busca acerto com alguma escuderia.
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