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Vendas no comércio caem em março e setor recua 0,6% no 1º trimestre

Com atividades restritas para conter o avanço da Covid-19, apenas vendas em supermercados tiveram crescimento em março

Por Larissa Quintino Atualizado em 7 Maio 2021, 14h24 - Publicado em 7 Maio 2021, 09h17

As vendas no comércio caíram 0,6% em março, após crescerem 0,5% no mês anterior. A queda acontece no mês que atividades não essenciais tiveram aumento de restrições para tentar desacelerar o contágio de Covid-19, que em sua segunda onda, está mais agressiva. Com o resultado, o varejo encontra-se ligeiramente (0,3%) abaixo do nível pré-pandemia, mas 2,4% acima de março do ano passado, quando o coronavírus já avançava pelo país.

Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira, 7. Com o resultado de março, as vendas registram queda de 0,6% no primeiro trimestre e alta de 0,7% no acumulado dos 12 meses. Apesar da queda registrada em março, a projeção é melhor do que a esperada pelo mercado financeiro, que estimava recuo de 1%.

No ano passado, o comércio sofreu muito nos primeiros meses de pandemia, mas se recuperou a partir de maio, muito impulsionado pelo auxílio emergencial. Neste ano, o auxílio voltou a ser pago em abril, mas com valor médio de 250 reais, bem abaixo dos 600 reais pagos por cinco meses em 2020.

O recuo das vendas em março foi acompanhado por sete das oito atividades investigadas pela pesquisa. O principal impacto negativo veio do setor de móveis e eletrodomésticos, cujas vendas caíram 22% em março. O gerente da pesquisa, Cristiano Santos, explica que essa atividade foi muito influenciada pelo comportamento dos consumidores durante a pandemia. “No primeiro momento, o setor teve um crescimento acentuado porque, estando em casa, as pessoas repuseram muita coisa tanto em móveis quanto em eletrodomésticos. Mas, passada essa primeira fase, não há crescimentos tão expressivos assim. E, quando as vendas diminuem, o setor costuma fazer promoções. Então houve um aquecimento das vendas em fevereiro e essa queda em março”, diz.

As outras quedas na comparação com fevereiro foram registradas pelos setores de tecidos, vestuário e calçados (- 41,5%), livros, jornais, revistas e papelaria (-19,1%), outros artigos de uso pessoal e doméstico (-5,9%), combustíveis e lubrificantes (-5,3%), equipamentos e material para escritório, informática e comunicação (-4,5%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos, de perfumaria e cosméticos (-0,1%).

O único setor que cresceu nessa comparação foi o de hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,3%). O pesquisador explica que o segmento foi um dos únicos beneficiados no período de pandemia por ser considerado um serviço essencial. “No início da pandemia, também teve um crescimento muito forte pelo fato de absorver as vendas de outras atividades, principalmente nesses grandes supermercados que vendem eletrodomésticos, móveis e vestuário. Depois, teve um período de arrefecimento por conta, especialmente, da inflação dos alimentos”, pontua Cristiano.

No comércio varejista ampliado, as atividades veículos, motos, partes e peças caíram 20,0% e de material de construção, 5,6%, totalizando baixa de 5,3% frente ao mês anterior. É o segundo mês com taxas negativas nos três primeiros meses do ano.

Apesar da queda em março, o setor de material de construção é um dos que se mantêm acima do patamar pré-pandemia. “Essa atividade atualmente está 13,5% acima do patamar de fevereiro de 2020. Ela teve um crescimento forte desde o início da pandemia, explicado tanto pelo auxílio emergencial, que possibilitou a aquisição por parte das famílias das camadas de mais baixa renda, como pela necessidade de construções e reformas emergenciais em casa. A partir de novembro, tivemos execução de obras maiores, como adaptação de edifícios em grandes cidades”, explica.

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