Reclamações sobre testes de Covid em janeiro sobem 826%
Consumidores reclamam de não conseguirem agendar testes e de longas esperas por atendimentos
A nova onda de disseminação de Covid-19 acelerada pela variante ômicron tem gerado uma corrida por testes em laboratórios e farmácias pelo país. Segundo a Abrafarma, a associação que representa o setor farmacêutico, mais de 500 mil pessoas fizeram testes nas drogarias brasileiras entre os dias 10 e 16 de janeiro — 233.537 receberam diagnóstico positivo para a presença do vírus, um recorde para o período. Mas a alta procura tem gerado também um aumento expressivo no número de reclamações dos consumidores. Segundo o Reclame Aqui, na primeira quinzena de 2022, a plataforma recebeu 2.113 reclamações envolvendo o agendamento de testes para Covid-19 em laboratórios e drogarias do país, um número 826% superior ao recebido em dezembro de 2021.
O volume de reclamações sobre este tema nos primeiros 15 dias do ano está quase batendo o total de reclamações de 2021. Se 2.113 reclamações foram registradas na primeira quinzena de janeiro, o ano de 2021 inteiro contabilizou 2.496. Dentre os motivos relatados por consumidores estão dificuldades para agendar o teste, devido à escassez do insumo, problemas operacionais nos sites que realizam o agendamento, e longas esperas por atendimento nas unidades. Em muitos casos, as pessoas aguardam na fila e não conseguem realizar o teste, pois o item é esgotado rapidamente. Outros pacientes têm seu teste desmarcado previamente pela farmácia ou laboratório — não são poucos que só descobrem isso quando chegam à unidade.
Para resolver, em partes, esse tipo de problema, o Ministério da Saúde pressiona a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, a Anvisa, pela liberação do autoteste para identificação do coronavírus. Em reunião realizada na tarde desta quarta-feira, 19, a autarquia decidiu solicitar mais informações para o Ministério da Saúde antes de liberar os autotestes no país. A pasta terá 15 dias para atender o pedido da Anvisa.