Quem são os maiores credores da Americanas na recuperação judicial
Dos mais de R$ 40 bilhões devidos, R$ 27,2 bilhões são créditos a oito bancos, sendo que Deutsche Bank lidera com R$ 5,23 bilhões a receber
De acordo com documento encaminhado na noite de terça-feira, 24, à 4ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, a proposta de recuperação judicial da Americanas soma um passivo de 41,2 bilhões de reais a serem pagos a quase 8 mil credores. Na lista consta que os oito bancos que lideram os valores devidos somam 27,2 bilhões de reais a receber, sendo que as instituições podem incluir participação em fundos e de empresas ou administradores que fazem a intermediação de compra e venda de ativos. Do total, 64,8 milhões de reais são créditos trabalhistas, 41 milhões de reais são créditos quirografários e 109,5 milhões de reais são valores devidos a pequenas e microempresas.
O Deutsche Bank é o primeiro em valores da lista, com 5,23 bilhões de reais a receber, seguido por Bradesco, com créditos de 4,8 bilhões de reais — o Bradesco Saúde teria 5,13 milhões de reais a receber. Há, ainda, o Santander, com 3,65 bilhões de reais, seguido por BTG Pactual, com 3,51 bilhões de reais, Banco Votorantim, com 3,28 bilhões de reais, Itaú Unibanco, com 2,9 bilhões de reais, Safra, com 2,53 bilhões de reais, e Banco do Brasil, com 1,36 bilhão de reais.
Além dos bancos, há dívidas com fabricantes de produtos de tecnologia, artigos para casa e escritório, brinquedos, guloseimas, sendo que a Samsung é uma das líderes com 1,3 bilhão de reais a receber. A Nestlé Brasil, a Bauducco e a Mondelez, por sua vez, têm créditos de respectivamente 259,37 milhões de reais, 96,52 milhões de reais e 93 milhões de reais. Já a Ambev, fabricante de bebidas cujos donos são os mesmos da Americanas, soma cerca de 4 milhões de reais.
Entre as fornecedores de produtos de tecnologia, a Apple soma 98,62 milhões de reais em créditos, enquanto a Whirlpool, dona das marcas Brastemp e Consul, tem 43,62 milhões de reais. Já as fabricantes nacionais Multilaser e Positivo têm, respectivamente, 56,94 milhões de reais e 56,66 milhões de reais em créditos.
Na semana passada, a empresa entrou com pedido de recuperação judicial no Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, após a descoberta de inconsistências contábeis no valor de 20 bilhões de reais no balanço da companhia. Na petição feita pelos escritórios de advocacia Basilio Advogados e Salomão Advogados, a empresa mencionou dificuldades na antecipação de recebíveis.