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Por que o BTG segue otimista com a Petrobras e recomenda compra das ações

Papéis da companhia chegaram a cair mais de 7% depois do anúncio da demissão do presidente da estatal, Jean Paul Prates

Por Juliana Elias 15 Maio 2024, 14h31

À despeito de mais uma sangria nas ações da Petrobras nesta quarta-feira, 15, depois do anúncio, na noite da véspera, da demissão do presidente da estatal, Jean Paul Prates, a equipe de analistas do BTG Pactual continua acreditando no potencial de valorização da companhia e segue recomendando a compra dos papéis.

“É desnecessário dizer que [a troca de presidente] é negativa, e os investidores irão começar novamente a precificar um risco maior de interferência política na companhia”, escreveu o banco em um relatório aos clientes nesta manhã. “Mas preferimos nos manter consistentes com as nossas decisões anteriores e evitar reações exageradas a movimentações súbitas do governo (…) Em última instância, acreditamos que a companhia vai perseguir novas fusões e aquisições e adotar estratégias para reduzir a volatilidade dos preços dos combustíveis.”

A recomendação do banco é de compra das ações da Petrobras, e sua projeção é que o preço de suas ações em dólar tem potencial de chegar a US$ 19 nos próximos 12 meses, uma valorização de 13% em relação ao valor atual.

A análise vai na contramão da reação inicial do mercado, que, traumatizado pelo longo histórico de intervenção política na estatal, castigou as ações da companhia neste pregão: elas chegaram a cair mais de 7% mais cedo, no início das negociações. Entre as críticas mais recorrentes, estão o novo capítulo de instabilidade gerado pela troca súbita do comando, uma rotina na história da Petrobras ao longo dos anos, e também dúvidas a respeito de qual deverá ser a cara da gestão da nova indicada, a ex-diretora da Agência Nacional de Petróleo Magda Chambriard, que, por enquanto, ainda não se pronunciou.

Ajudadas pelos fortes lucros acumulados no ano passado com os aumentos no preço do petróleo, as ações da Petrobras ainda acumulam alta de 10% em 2024 e de 84% em 12 meses. O levantamento, feio por Einar Rivero, sócio da Elos Ayta Consultoria, foi feito com base na cotação das ações preferenciais (PETR4) às 12h40 desta quarta-feira, e já considera na conta as perdas do dia.

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No entendimento do BTG, avanços institucionais dos últimos anos, como reformas no estatuto da Petrobras e a Lei das Estatais, que impede indicações políticas e criou mecanismos de profissionalização na gestão das empresas públicas, ajudam a proteger o futuro da Petrobras.

O banco também destaca o perfil técnico e a experiência de mais de 40 anos de Chambriard no setor de petróleo e gás – “apesar de entendermos que mas uma mudança na liderança da Petrobras irá reduzir a vontade dos investidores de reduzir o prêmio de risco para a companhia, nossa visão inicial de Chambriard é positiva”, diz o relatório, que inclui um perfil da carreira da indicada, bem como links para artigos escritos por ela sobre temas do setor.

“O controlador da Petrobras sempre vai ter a prerrogativa de mudar o CEO da companhia quando quiser, mas vemos Chambriard como um atestado de que, daqui em diante, todas as indicações deverão seguir padrões técnicos”, acrescenta.

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