Petrobras sustenta Ibovespa, que volta aos 57 mil pontos
Mudança de discurso do governo, explicitada pelo ministro Edison Lobão, cria expectativa de que haverá reajuste nos preços dos combustíveis
A Petrobras passou de ‘vilã’ a ‘mocinha’ e fez a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) registrar a terceira alta seguida nesta terça-feira. Com ganho de 1,78%, o índice da bolsa paulista (Ibovespa) atingiu 57.195,49 pontos. Desde 14 de maio o indicador não ultrapassava a barreira dos 57 mil pontos. O bom humor com as ações da estatal é atribuído à expectativa de que haverá reajuste nos preços dos combustíveis no país.
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O avanço do Ibovespa nesta terça também se deve aos rumores de que, com o fim da reunião do banco central americano (Fed) nesta quarta-feira, pode ser anunciada uma nova injeção de dólares na economia do país. Na máxima, o índice atingiu 57.567 pontos (+2,44%) e, na mínima, 56.210 pontos (+),03%).
Com o ganho do dia, a Bolsa passou a registrar valorização de 0,78% no ano. No mês, o ganho foi ampliado para 4,97%. O giro financeiro ficou em 7,99 bilhões de reais. Segundo operadores, grande parte desse volume é atribuído à volta dos estrangeiros ao mercado brasileiro.
Petrobras – A ação ordinária (ON) da Petrobras subiu 4,82% e a preferencial (PN), 3,97%. O desempenho dos papeis tem relação direta com a mudança de discurso do governo sobre a possibilidade de aumento nos preços dos combustíveis no país.
Mais cedo, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, disse que há preocupação do governo com os efeitos do congelamento dos preços dos combustíveis para o caixa da Petrobras. Na semana anterior, ele havia negado essa hipótese. Nesta sexta-feira, a presidente da estatal, Maria das Graças Foster, voltou a afirmar a necessidade de que a companhia promova um reajuste.
Fontes ouvidas pela Agência Estado afirmaram que o plano de negócios da Petrobras recomenda um reajuste de 15% na remuneração que a companhia recebe por seus combustíveis. “Quem vendeu agora está correndo atrás do papel”, disse um operador, referindo-se ao fato de que após o anúncio dos planos da estatal, muitos investidores resolveram se desfazer de suas ações, preocupados com o aumento do investimento em capital fixo (Capex).
As ações da Vale também fizeram bonito nesta terça e encerraram com ganho de 2,41% a ON e 2,58% a PNA. Do lado negativo, o destaque do Ibovespa foram os papéis da BM&F que caíram 2,02%. Segundo profissionais, as ações reagem a possibilidade de a Bolsa ter uma concorrente.
“Hoje o mercado viveu de expectativa. Nada de concreto aconteceu”, disse um experiente profissional, destacando ainda a angústia do mercado por boas notícias. “O mercado está carente, querendo algo de bom para poder ir às compras e puxar esta Bolsa para cima”, disse.
Estados Unidos – No exterior, os investidores esperam que o Fed anuncie, nesta quarta-feira, ao fim da reunião, medidas de estímulo à economia norte-americana. A cada novo indicador negativo, aumentam as esperanças de que isso deve acontecer.
Nesta terça-feira as atenções estão voltadas para o término do encontro de líderes do G-20. Os participantes querem convencer a Alemanha a aceitar a implementação de medidas para o favorecer o crescimento global. No México, a chanceler Angela Merkel defendeu ações de estímulo, mas ponderou que “crescimento não é apenas dinheiro”. “A tarefa agora é assegurar que os recursos que temos para crescimento sejam usados de maneira eficaz”, disse Merkel.
Em Nova York, o índice Dow Jones fechou com ganho de 0,75%, o S&P 500 subiu 0,98% e o Nasdaq avançou 1,19%.
(com Agência Estado)