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Pessoas físicas aproveitam mês eleitoral para enviar dinheiro ao exterior

Desde que Bolsonaro foi declarado vencedor do segundo turno na corrida ao Planalto, o dólar subiu cerca de 2%, ao redor de 3,73 reais

Por Machado da Costa Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 30 out 2018, 17h28 - Publicado em 30 out 2018, 15h40

A influência das eleições sobre o mercado financeiro causou uma volatilidade atípica sobre o câmbio no país. Apesar disso, o que significa que em muitas situações, empresas e pessoas podem perder dinheiro, há quem esteja se beneficiando da movimentação. E não são apenas especuladores, mas pessoas físicas, que precisavam enviar remessas para o exterior. Elas aproveitaram a volatilidade e tentaram fazer valer a máxima do mercado de comprar na baixa e vender na alta.

Dados da corretora britânica TransferWise mostram que a compra de moeda estrangeira por pessoas físicas cresceu rapidamente em outubro. “Em 8 de outubro, dia seguinte ao primeiro turno das eleições, a TransferWise teve o maior pico de transferências para fora do Brasil desde que começou a realizar operações desse tipo no país, em 2016”, diz relatório da empresa.

Segundo a corretora, na semana após o primeiro turno, o volume de remessas foi 50% maior quando comparado com a mesma semana de 2017. Já o total enviado para fora do país neste mês foi 200% maior do que a média diária da empresa no último trimestre. “O mês de outubro ainda nem acabou e já tivemos um aumento de 55% em relação ao mês passado no volume transferido para fora do Brasil”, afirma.

No sentido oposto, o volume de dinheiro que entrou no Brasil por meio da corretora, cresceu 0,7% em outubro sobre setembro deste ano. Porém, em outubro do ano passado, o crescimento foi de 20,7% em relação ao mês anterior.

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Os dólares que circulam com pessoas físicas pelas corretoras de câmbio são transferências para contas no exterior, usadas por estudantes, familiares, viagens, entre outras atribuições, mas sempre pessoais. Esses valores são declarados ao Banco Central.

Segundo João Medeiros, economista-chefe da corretora Albatross, o momento é propício para a compra de moeda estrangeira. Entre 26 de janeiro deste ano (ponto de maior valorização do real no ano) e 13 de setembro (data de maior desvalorização), a variação foi de 33,6%. Desde então, o câmbio tomou o caminho inverso. O dólar caiu 11,7%. Somente no dia 8, como ressaltado pela TransferWise, a queda foi de 2,4%.

“Vejo não só pessoa física, mas muita empresa aproveitando o momento também”, afirma Medeiros. “Apesar dessa saída, tem muito dinheiro entrando por meio da bolsa. Nossos ativos estão baratos sob o olhar do estrangeiro, que compra em dólar”, diz ele.

De fato, em outubro, a entrada de dólares tem sido maior que a saída. Segundo o Banco Central, até segunda-feira passada, 23, o fluxo estava positivo em 299 milhões de dólares. Esse resultado era fruto de um fluxo financeiro (bolsa e instrumentos cambiais) de 652 milhões de dólares e de um fluxo comercial negativo de 299 milhões de dólares.

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A volatilidade, que abriu janelas de oportunidades e venda de dólares, inclusive para essas pessoas físicas, deve estar próxima de acabar, segundo Miriam Tavares, diretora de câmbio da AGK Corretora. Segundo ela, o efeito eleitoral deve diminuir conforme o mercado financeiro tome conhecimento sobre os planos de Jair Bolsonaro (PSL) e Paulo Guedes para a economia, além dos nomes que irão compor os ministérios.

“Diante deste contexto, o dólar deve continuar oscilando entre 3,60 reais e 3,70 reais, podendo até ser cotado um pouco abaixo desse patamar em momentos de maior otimismo”, avalia Tavares. “Enquanto não temos sinalizações mais concretas, recomendamos cautela nas decisões de negócios.”

Desde que Bolsonaro foi declarado vencedor do segundo turno na corrida ao Planalto, o dólar subiu cerca de 2%, ao redor de 3,73 reais.

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