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Páscoa sustenta vendas de abril e evita resultado negativo no comércio

Das oito atividades, apenas três avançaram no período, entre elas, as vendas em hiper e supermercados

Por Larissa Quintino Atualizado em 14 jun 2023, 10h38 - Publicado em 14 jun 2023, 10h29

As vendas no comércio brasileiro andaram de lado em abril, com um ligeiro avanço. Segundo dados da Pesquisa Mensal do Comércio, divulgados nesta quarta-feira, 14, pelo IBGE, as vendas avançaram 0,1%, chegando ao quarto mês seguido sem variações negativas e acumulando alta de 1,9%. O resultado veio abaixo das estimativas, que projetavam um avanço de 0,2% no período.

Apesar das vendas em azul no mês, poucas foram as atividades que deram sustentação ao resultado. Das oito analisadas, apenas três tiveram resultados positivos: Hiper, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (3,2%), Livros, jornais, revistas e papelaria (1,0%) e Artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (0,3%). O setor de hiper e supermercados, o de maior peso entre as atividades, teve a maior influência positiva no mês. Foi o maior crescimento do setor desde março de 2020 (10,5%), resultado ligado com as vendas de Páscoa.

“Antes da pandemia, os resultados das vendas da Páscoa no varejo apareciam sobretudo em abril. Nos anos subsequentes, os ovos começaram a ser vendidos muito antes, em janeiro, e essas vendas eram diluídas ao longo desses meses. Neste ano, houve uma volta ao padrão de antes, e o resultado forte das vendas da Páscoa puxou o setor de hiper e supermercados”, explica Cristiano Santos, gerente da pesquisa.

No varejo ampliado, em que são considerados também os setores de Veículos, motos, partes e peças (-5,9%) e Material de construção (-0,8%), houve retração de 1,6%. “Esse movimento era esperado pela análise dos indicadores coincidentes de alta frequência que sofreram com o ambiente de instabilidade econômica agravado pelo aumento no desemprego e pela lenta recuperação da massa salarial em abril”, afirma o Banco Original em relatório.

Segundo os economistas do banco, para o restante do ano, o desafio para o setor são o encarecimento do crédito e o alto comprometimento de renda das famílias, principalmente em itens de maior valor agregado. “De outro, o mercado de trabalho resiliente em um ambiente de arrefecimento da inflação e transferências de renda por parte do governo dão sustentação ao varejo restrito”.

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