Otimismo com pesquisas leva dólar a R$ 3,68, menor valor desde maio
Analistas de câmbio preveem que moeda pode ficar em 3,60 reais antes do 2º turno, mas que novas quedas dependem do noticiário do futuro governo
O mercado continua otimista com a possibilidade de o presidenciável do PSL, Jair Bolsonaro, sair vencedor das urnas. As últimas pesquisas de intenção de voto mantém o candidato bem à frente de Fernando Haddad (PT), seu adversário no segundo turno. Essa expectativa fez a moeda americana cair 1,02%, para 3,6822 reais – é o menor valor desde 25 de maio, quando o dólar ficou em 3,6683 reais. Em três sessões, o dólar acumula uma perda de 2,56%. No mês, a redução chega a 10%.
Para o diretor de câmbio da FB Capital, Fernando Bergallo, a tendência é que a moeda chegue a um valor perto de 3,60 reais antes do segundo turno. “A confiança na política econômica de Paulo Guedes é até mais forte do que a candidatura de Jair Bolsonaro no mercado financeiro”, diz.
Para estrategista de câmbio do Banco Ourinvest, Fernanda Consorte, o dólar já está no piso entre 3,65 e 3,70 reais. “Não vejo fundamento hoje para o câmbio ficar entre 3,60 reais e 3,55 reais”, emendou Fernanda ao acrescentar que uma queda adicional depende de novidades positivas do novo governo.
Para o diretor da consultoria de valores mobiliários Wagner Investimentos, José Faria Júnior, a moeda pode ir para os 3,50 reais “se ficar clara a aprovação de reformas”.
O mercado externo trouxe influência de alta para o dólar, mas ela não se sustentou. A moeda americana subia ante a cesta de moedas e também ante algumas divisas de países emergentes, como o peso chileno, embora tivesse mostrado mais força ante elas mais cedo. Os investidores aguardavam a ata do último encontro de política monetária do Federal Reserve, mas ela não chegou a influenciar o mercado por aqui.
O documento mostrou que todos os membros votantes da instituição apoiaram o aumento da taxa de juros no mês passado e que também concordaram que os custos de empréstimos devem subir mais.
Foi a terceira alta deste ano e a demonstração de unanimidade no encontro de 25 e 26 de setembro pode impulsionar as expectativas de que o comitê de definição dos juros do banco central vai aumentar os juros novamente em dezembro.
(Com Reuters)