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Os efeitos da inflação baixa para os consumidores

Nível baixo de

Por Felipe Machado Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO 11 jan 2018, 13h15

A inflação está em um patamar historicamente baixo – o IPCA teve a menor alta em 19 anos, e ficou pela primeira vez abaixo do limite mínimo da meta, segundo divulgou o IBGE na quarta-feira. Além de servir de indicador para o comportamento dos preços, os índices oficiais também servem para nortear outros reajustes, segundo especialistas ouvidos por VEJA.

Aluguel

Um exemplo são os contratos de aluguel, que normalmente têm reajustes anuais baseados no IGP-M, feito pela Fundação Getulio Vargas (FGV). O índice teve queda de 0,52% no acumulado de 2017. O professor de análise de cenários econômicos e macroeconomia dos cursos de MBA da Fipecafi, Silvio Paixão diz que o índice  deve contribuir para que sejam cobrados preços mais baixos. “As partes veem se ajustando, por conta da crise e vacância em alta, e tem havido muitas renegociações com queda nos valores dos aluguéis, inclusive.”

Serviços

Outro item que deve ter avanço menor são de serviços cujo reajuste depende de uma fórmula, como energia elétrica, transporte público. São os chamados preços administrados. “Se a inflação permanece em um patamar baixo, na hora em que jogar o índice no algoritmo de reajuste, o aumento desse preço tende a ficar baixo”, explica o professor.

Salários

No lado das receitas, a inflação também é considerada na hora dos reajustes de salários. Mas, nesse caso, os valores são negociados livremente nos acordos coletivos entre sindicatos e empresas. O patamar baixo do aumento de preços não significa que o salário vai aumentar menos, mas é um fator deve influenciar para que isso aconteça. “As negociações das categorias podem levar em consideração outros elementos como o aumento de produtividade por exemplo. Mas no geral os reajustes devem ser menores”, diz a economista Juliana Inhasz, da Fundação Escola de Comércio Álvares Penteado (Fecap).

Aposentadoria, pensões e salário mínimo

O valor do salário mínimo e das aposentadorias e benefícios pagos pela Previdência também depende da inflação. No primeiro caso, o reajuste deveria seguir o INPC (que ficou em 2,07%) mais o crescimento do PIB de 2016 (que foi negativo e sairia da conta). Mas o governo fixou o aumento em 1,81%, com base em previsão feita antes do fim de 2017, e o valor em vigor é de 954 reais. Na Previdência, quem ganha benefícios acima desse limite deve ter reajuste de 2,07%, e a expectativa é de que a medida seja publicada nesta quinta-feira.

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Inflação pessoal

Uma ressalva a ser feita no caso do impacto da inflação é que os índices indicam uma média feita de acordo com uma “cesta de compras” teórica dos brasileiros. No caso do IPCA, o indicador oficial do país e que é usado nas contas do governo, simula quem ganha até 40 salários mínimos por mês (38.160 reais), e o INPC, também do IBGE,  até 5 salários mínimos (4.770 reais).

Dessa forma, o impacto do aumento de preços varia para cada pessoa, dependendo do que ela compra. “É como falar que o clima do Brasil é tropical, com uma determinada temperatura média e regime de chuvas. Mas no Nordeste, tem locais com problema de seca e, no Sul, de excesso de chuvas”, compara Paixão. A estimativa dos economistas consultados pelo Boletim Focus, do Banco Central, é de que o IPCA encerre 2018 em 3,95%.

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