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Oi diz que pode vender área de telefonia celular

Empresa apresentou plano de recuperação judicial nesta segunda-feira, detalhando como pretende honrar compromissos; dívidas somam R$ 65 bilhões

Por Da redação
Atualizado em 6 set 2016, 11h19 - Publicado em 6 set 2016, 11h18

A Oi afirma em seu plano de recuperação judicial que poderá vender sua divisão de telefonia celular. Após a reestruturação, segundo fontes, a empresa pretende se concentrar na divisão fixa, em especial na banda larga. O documento entregue na segunda-feira à Justiça detalha a proposta da companhia para honrar seus compromissos, na maior operação do tipo na história do país.

As dívidas da Oi somam cerca de 65 bilhões de reais, após a empresa ter projetado se tornar a “supertele nacional” — e concorrer com gigantes como a espanhola Telefônica/Vivo, a italiana Tim e a mexicana América Móvil (Claro e Embratel). A situação se agravou após sua sócia Portugal Telecom levar calote de 897 milhões de euros (cerca de 3,28 bilhões de reais) em 2014 da holding Rioforte, braço não financeiro do Banco Espírito Santo (BES), que acabou dissolvido. Depois disso, a empresa viu seus resultados piorarem e passou por trocas de executivos.

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Como as carências são longas, o plano da Oi dá aos credores a possibilidade de receber em prazo menor caso eles injetem recursos novos na companhia. Com essa estratégia, a empresa tem a intenção de arrecadar até um limite de 2 bilhões de dólares (o equivalente a  6,5 bilhões de reais). A companhia tem quase 67.000 credores, dos quais 59.000 fazem parte da categoria sem garantia.

Prazo para os credores

Os pequenos credores vão receber rapidamente. Os débitos de até 1.000 reais serão quitados em parcela única, a ser depositada 20 dias úteis após a homologação do plano. Quem tiver valor um pouco maior a receber, e quiser entrar nessa lista, basta abrir mão do total que exceder este valor, segundo o documento.

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Para fornecedores, o valor de corte será de 150.000 reais. Aqueles que têm até este montante a receber terão o total depositado até 20 dias úteis após manifestarem a intenção de continuarem fornecendo nas mesmas condições. Para valores superiores a este teto, o pagamento de 150.000 reais será à vista, com o saldo remanescente pago em duas parcelas.

Em relação a créditos trabalhistas, o pagamento ocorrerá em cinco parcelas mensais iguais, com seis meses de carência após a homologação do plano. Os créditos trabalhistas ainda não reconhecidos serão pagos após trânsito em julgado da decisão que encerrar o processo e homologar o valor devido.

Segundo um representante de parte dos credores da Oi ouvido na segunda-feira à noite pelo jornal O Estado de S. Paulo, no entanto, a proposta apresentada pela companhia “parece muito longe do que seria algo aceitável pelos credores”. Na visão desta fonte, o plano de recuperação apresentado à Justiça poderá enfrentar resistências.

A Oi deve cerca de 10 bilhões de reais para a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel). A intenção da companhia é converter multas em investimentos e melhorias dos serviços. Se a mediação não for bem sucedida, a empresa pagará a Anatel como os outros credores sem garantia.

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A companhia telefônica prevê que o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) deverá começar a receber o principal da dívida (valor inicial do empréstimo) depois de uma carência de dez anos após a homologação do plano de recuperação judicial. O banco de fomento é o único credor da empresa com garantia real. A dívida da Oi com o BNDES alcança 3,33 bilhões de reais. O plano de recuperação precisará da aprovação da maioria dos credores presentes em assembleia.

Expectativa

O plano apresentado na segunda-feira à Justiça começou a ser elaborado em junho, quando a empresa protocolou o pedido de recuperação. Mas só foi apresentando à Justiça na noite de segunda-feira, após fechamento da Bolsa. Porém, a expectativa sobre o plano fez as ações da tele dispararem na BM&FBovespa. Os papéis preferenciais tiveram alta de 23%, para 3,47 reais. Desde junho, os ganhos superam 200%.

Para fazer dinheiro, além das operações de telefonia móvel, a empresa pretende vender participações em operadoras na África e na Ásia, assim como operações de datacenter. Também estão na lista a rede de fibra óptica no Estado de São Paulo, itens de infraestrutura (como torres), a Serede (serviços de rede) e imóveis.

(Com Estadão Conteúdo)

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