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Para Itambé, suspensão da venda de achocolatado foi ‘precipitada’

“Trataram como epidemia um episódio singular”, diz o presidente da empresa; produto foi envenenado de maneira criminosa e matou uma criança em Cuiabá

Por Patrick Cruz Atualizado em 2 set 2016, 18h59 - Publicado em 2 set 2016, 18h25

O caso do menino de 2 anos que morreu envenenado no último dia 31 em Cuiabá depois de consumir um achocolatado foi uma tragédia para a família da vítima – e gerou uma crise para a Itambé, fabricante do produto. A polícia descobriu que o envenenamento foi criminoso: um comerciante confessou ter sido o responsável por injetar veneno em cinco unidades do achocolatado Itambezinho (para tentar se vingar de um ladrão do qual já havia sido vítima repetidas vezes, argumentou), o que isentou a empresa por completo. A absolvição, no entanto, não apaga imediatamente as perdas de imagem e faturamento enfrentadas pela companhia.

Despachos simultâneos da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e do Ministério da Agricultura determinaram que a Itambé recolhesse todo o lote do produto fabricado em 25 de maio e suspendesse por completo a comercialização do achocolatado, independentemente do lote. A saúde dos consumidores, claro, é prioridade, mas a empresa, inocente no caso, tem suas queixas.

“Acho que houve uma certa precipitação. Suspenderam vendas e mandaram recolher o produto antes de ver o histórico da empresa”, disse ao site de VEJA o presidente da Itambé, Alexandre Almeida. “Trataram como epidemia um episódio singular.”

Para trabalhar no recolhimento do produto, foi necessário mobilizar 1.600 funcionários, de todas as etapas das linhas de produção, comercialização e distribuição. O lote embargado tinha 350.000 unidades do Itambezinho, mas apenas 4.000 ainda estavam disponíveis para comercialização ao público quando chegou a ordem da Anvisa.

O despacho do Ministério, por sua vez, proibiu que 4 milhões de caixinhas do achocolatado chegassem ao mercado. “É um estoque de 3 milhões de reais”, diz Almeida. A linha de produtos da empresa voltados ao público infantil, toda sob o guarda-chuva da marca Itambezinho, representa cerca de 5% do faturamento da companhia, que em 2015 foi de 2,9 bilhões de reais.

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Embora lamente o que chama de precipitação, a empresa não pretende fazer qualquer movimento para ser ressarcida pelo episódio. “Nós trabalhamos em colaboração desde o início, e vamos seguir agindo dessa maneira”, afirma o executivo. “O caso foi resolvido, mas ainda vamos levar um tempo para apagar o que o episódio causou à marca.”

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A Anvisa suspendeu nesta sexta-feira a interdição cautelar do lote recolhido. Em nota, a Agência afirmou que “a hipótese de contaminação decorrente do processo de fabricação do produto está descartada”. A Anvisa informou também que é sua responsabilidade tomar medidas preventivas sempre que há casos de dúvida a respeito das condições sanitárias de alimentos, medicamentos, cosméticos e outros produtos. “Assim”, informa a nota, “a interdição cautelar do lote mostrou-se necessária até o esclarecimento do caso.”

Até a última edição deste texto, o Ministério da Agricultura ainda não tinha emitido nota a respeito nem respondido o pedido de entrevista feito pelo site de VEJA.

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