O sinal dado pelo Banco Central que foi bem recebido pelo mercado
O comitê já adianta que, caso o cenário adverso projetado se confirme, a Selic irá subir mais um ponto percentual nas duas próximas reuniões
A retomada do Forward Guidance (FG) pelo Banco Central foi um dos destaques do comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom). Com o anúncio de alta de 1 ponto percentual na taxa de juros, o comitê prevê e já adianta que, caso o cenário adverso projetado se confirme, a taxa Selic vai subir 1 ponto percentual nas duas primeiras reuniões de 2025. Com isso, os juros vão ao patamar de 14,25%.
Ferramenta usada por bancos centrais para delinear o curso futuro da política monetária, o guidance passa um recado de comprometimento do Banco Central em trazer a inflação para a meta estabelecida que é de 3%. Em 2025, Gabriel Galípolo, indicado de Lula para o comando do BC, assume o lugar do atual presidente Roberto Campos Neto, com quem Lula travou uma série de embates. A divulgação do guidance indica que o ciclo de aperto vai continuar e contribui para diminuir o ruído em relação à atuação do próximo presidente do Banco Central.
A avaliação de Sérgio Goldenstein, estrategista-chefe da Warren Investimentos, segue esse raciocínio. Segundo a análise divulgada após a decisão do Copom, foram três razões para que o BC desse o guidance.. O primeiro é a intenção do BC de “reafirmar seu firme compromisso com a convergência da inflação à meta, buscando ganhar mais credibilidade”.
O segundo é o receio de que um “ajuste de 75 bps fosse criticado e pudesse gerar perda de credibilidade e desancoragem ainda maior das expectativas. Um terceiro fator apontado por Goldenstein é a “redução do impacto das duas próximas decisões do Copom já sob a liderança de Gabriel Galípolo e com a participação dos novos diretores e, consequentemente, mitigando eventuais ruídos e descontentamentos políticos.”