Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

O que explica a queda do petróleo em meio aos conflitos no Mar Vermelho?

Commodity mantém estabilidade, sendo negociada em 76 dólares/barril, queda de 10,5% em relação ao mesmo período de 2023

Por Luana Zanobia Atualizado em 17 jan 2024, 16h12 - Publicado em 17 jan 2024, 15h26

Ao contrário das expectativas habituais e em um desvio surpreendente do padrão histórico, a recente intensificação das tensões no Mar Vermelho, marcada pelos confrontos entre os rebeldes Houthi e as forças americanas e britânicas, não resultou nos esperados sobressaltos nos preços do petróleo. Neste intrincado cenário dos mercados de commodities, o petróleo Brent, cotado em torno de 70 dólares por barril, desafiou as projeções ao apresentar uma queda de 1% nesta quarta-feira, alcançando a marca de 76 dólares.

O valor representa uma queda de 10,5% em relação ao mesmo período do ano passado, quando o preço alcançou 85 dólares/barril. Este paradoxo, que mantém analistas e investidores intrigados, destaca uma dinâmica inesperada diante de um conflito que historicamente impulsionaria as cotações do petróleo.

A suspensão, por tempo indeterminado, do transporte de produtos pela Shell no Mar Vermelho, em meio aos ataques dos houthis a embarcações comerciais, não causou o salto esperado nos preços do petróleo. Surpreendentemente, a produção de petróleo não foi afetada até o momento, mantendo a oferta estável e desafiando as expectativas de uma reação imediata nos mercados.

Na análise da Capital Economics, as preocupações com uma demanda fraca, o robusto crescimento de oferta em outras regiões e a visão do mercado de que um conflito mais amplo é improvável estão ajudando a manter o preço estável. Além disso, segundo o analista Gordon Ramsay da RBC Capital Markets, os investidores estão mais prudentes em suas apostas após as interrupções no fornecimento russo em 2022 não terem causado os sobressaltos esperados.

Continua após a publicidade

A dinâmica dos preços do petróleo também pode ser explicada pela influência direta da política monetária sobre a economia. No caso em questão, o aumento dos juros dos Treasuries e a valorização do dólar, desencadeados pelos comentários “hawkish” do diretor do banco central americano, Christopher Waller, desempenharam um papel significativo. A abordagem “hawkish” implica uma postura mais restritiva em relação à política monetária, indicando uma inclinação para manter as taxas de juros como medida de controle da inflação.

Essa postura mais rígida na política monetária tem efeitos diretos na desaceleração da atividade econômica. O encarecimento do crédito e a diminuição da liquidez resultam em menor gasto e investimento por parte das empresas e consumidores. Esse cenário de desaceleração econômica pode levar a uma redução na demanda por commodities, incluindo o petróleo, impactando assim os preços no mercado internacional.

Apesar da queda do preço, o economista do Julius Baer Norbert Rucker, não descarta o risco de novas elevações. Segundo ele, a ineficiência dos cortes de produção da OPEP+ e a possibilidade de intervenções adicionais do cartel para sustentar os preços da commodity, podendo impactar os preços ainda este ano.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Domine o fato. Confie na fonte.

10 grandes marcas em uma única assinatura digital

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.