O “fico” de Paulo Guedes no governo e o impacto no mercado financeiro
Dólar cai a R$ 5,46 e bolsa passa dos 100 mil pontos após compromisso de Bolsonaro com o ministro; instabilidade política impede recuperação mais forte

Após a sinalização do presidente da República, Jair Bolsonaro, de que o ministro da Economia, Paulo Guedes, permanecerá no governo, o Ibovespa,principal índice acionário da bolsa brasileira, recuperou a barreira psicológica dos 100 mil pontos perdida no último fechamento e opera em alta de 1,84% no início da tarde desta terça-feira 18, a 101.424 pontos. Após a reunião realizada no final da segunda-feira com Guedes e seis assessores, Bolsonaro afirmou que o compromisso com a responsabilidade fiscal é prioridade no governo, há “possibilidade zero de furar o teto de gastos” e que o governo buscará recursos através de fundos e privatizações. A fala do presidente que acalmou o mercado foi, no entanto, sobre o “fico” do ministro da Economia: “Paulo Guedes é aliado de primeira hora. Entramos juntos no governo e vamos sair juntos. Estou muito feliz com ele.” Guedes, o “posto Ipiranga” e sua agenda liberal são a principal ponte entre o governo Bolsonaro e o mercado financeiro.
Com o alívio no noticiário político e econômico, o dólar comercial, que fechou em alta, a 5,495 reais, se desvalorizou 0,59% no final da manhã, a 5,4628 reais. O movimento no mercados brasileiro é oposto ao que ocorre nos Estados Unidos nesta terça. O índice Dow Jones, apesar da instabilidade, estava em queda de 0,46%, a 27.716 pontos, e a Nasdaq caía 0,03% no horário, a 11.125 pontos. O S&P 500, por sua vez, índice que reúne os 500 maiores ativos das bolsas de Nova York, operava em queda de 0,18%, a 3.375,98 pontos, por volta das 11h30 no horário de Brasília. No início do dia, o S&P 500 chegou a bater o recorde de fevereiro, mas logo caiu com o acirramento da guerra comercial entre a China e os EUA. No capítulo da vez, o governo americano afirma que restringirá o acesso da chinesa Huawei à tecnologia americana de chips.
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Apesar de as bolsas americanas subirem lentamente após a fatídica queda nas bolsas que ocorreu no dia 23 de março, momento mais difícil da Covid-19 para a economia dos EUA, o mercado enfrenta dificuldades para superar os níveis pré-pandemia por causa dos desentendimentos políticos no Congresso americano. A menos de três meses da eleição presidencial, legisladores republicanos e democratas não se entendem sobre a aprovação de um novo pacote robusto de benefícios à economia, fundamental para a continuidade de sua recuperação. Já no Brasil, o Ibovespa, hoje em 101.424 mil pontos, está mais distante do recorde de fevereiro, de 116.222 pontos. Além da pandemia, pesa no país o ajuste fiscal e a instabilidade política do governo Bolsonaro, que dificulta a aprovação de medidas para a sustentabilidade da economia a longo prazo, como reformas e privatizações.
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