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Na contramão do Brasil, Premier League veta patrocínio de sites de aposta

Clubes têm até 2026 para retirar sites de aposta do patrocínio master; Na Série A do Brasileirão, 12 times têm marcas no espaço principal da camisa

Por Larissa Quintino Atualizado em 14 abr 2023, 18h34 - Publicado em 14 abr 2023, 10h10

A Premier League, campeonato mais valioso do mundo, vetou o patrocínio de casas de aposta do espaço principal dos uniformes dos 20 times que participam da primeira divisão da liga inglesa de futebol. Segundo anúncio feito na quinta-feira, 13, houve acordo com os times e as novas regras passam a valer na temporada 2025/2026. Enquanto a liga inglesa se torna a primeira do mundo para banir jogos de azar das camisas, no Brasil, as marcas são onipresentes e estão estampadas nos uniformes de todos os 20 times da Série A do Campeonato Brasileiro, e até dão nome a um dos campeonatos mais importantes do Brasil. Em 2023, a Copa do Brasil teve seus naming rights vendidos para a Betano, e se chama Copa Betano do Brasil.

Para a temporada de 2023, que começa neste fim de semana, todos os times da Série A do Campeonato Brasileiro contam com marcas de sites de jogos de azar. Desses, 12 contam com as casas de aposta no patrocínio master do time, de acordo com um levantamento feito pela Pluri Consultoria. São eles o América-MG  (Estrela Bet), Athletico-PR (Esportes da Sorte), Atlético-MG (Betano), Botafogo (Parimatch), Bahia  (Esportes da Sorte), Cruzeiro (Betfair), Fluminense (Betano), Fortaleza (Novibet), Goiás (Esportes da Sorte),  São Paulo (Sportsbet.io), Santos (Pixbet) e Vasco da Gama (Pixbet).  Segundo um estudo do Ibope Repucom, houve um aumento de 45% nos contratos entre os clubes e o segmento na temporada passada.

Além dos times e da Copa do Brasil, as casas de aposta virtuais também estão presentes em um dos espaços mais nobres do futebol brasileiro: a Betnacional é uma das patrocinadoras da transmissão do Campeonato Brasileiro na Rede Globo.

Os sites de aposta estão na mira tanto do Ministério da Fazenda quanto de suspeitas de corrupção no futebol. No caso da Fazenda, o ministro Fernando Haddad pretende regulamentar o setor e taxar as empresas, como forma de aumentar a arrecadação. A estimativa é que 15 bilhões de reais sejam arrecadados neste ano com a regulação do setor. A lei permitindo entidades esportivas e serviços on-line de apostas no país foi aprovada em 2018, durante o governo de Michel Temer, e tinha até julho de 2021 para ser regulamentada, o que não foi feito pelo governo de Jair Bolsonaro.

No caso das suspeitas sobre manipulação de resultados, há uma investigação vigente. O Ministério Público de Goiás anunciou uma investigação sobre um esquema de manipulação em jogos da Série B, em 2022, com a finalidade gerar ganhos aos apostadores. O MP goiano tornou réus oito jogadores que estariam envolvidos no esquema de cometer pênaltis no primeiro tempo dos jogos Vila Nova x Sport, Criciúma x Tombense e Sampaio Corrêa x Londrina, pela última rodada da Série B do ano passado.

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“A publicidade de toda a atividade que potencialmente pode acarretar vícios é sempre objeto de cuidado e regulação. No Brasil, foi assim com o álcool e com o cigarro, no que se refere às apostas esportivas, também não deverá ser diferente”, afirma Mariana Chamelette, Procuradora do Tribunal de Justiça Desportiva do Futebol de São Paulo.

Premiere League

Oito clubes da Premier League (Brentford, Everton, Fulham, Leeds United, Newcastle United, Southampton e West Ham) têm empresas de jogos de azar como patrocinadoras master de camisetas nesta temporada. Os contratos são avaliados em cerca de 60 milhões de libras (370 milhões de reais) por ano. Segundo o acordo, os clubes continuarão a poder ter empresas de jogos de azar nas mangas da camisa e na publicidade de LED nos estádios, mas não como o patrocinador master na frente da camisa.

Segundo comunicado, a Premier League trabalhará com outros esportes para desenvolver um novo código para o que eles chamam de “patrocínio de jogo responsável”.

“Não vejo este movimento chegando ao Brasil, pelo menos a curto prazo. Esse assunto é debatido na Inglaterra desde 2020. A questão da ludopatia aumentou muito por lá durante a pandemia, por isso o Governo tentou proibir, a Premier League negociou e daí chegaram neste consenso”, afirma Chamelette, que também é vice-presidente do Instituto Brasileiro de Direito Desportivo.

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