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Meirelles irrita Dilma e perde chance de ficar à frente do BC

Atitude do presidente da instituição provocou saia-justa para a eleita, diz jornal

Por Da Redação
22 nov 2010, 07h22

O presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, deve entregar o cargo assim que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva passar a faixa para sua sucessora, Dilma Rousseff. Isso porque a presidente eleita não pretende mantê-lo no cargo durante o seu governo. De acordo com a edição desta segunda-feira do jornal O Estado de S. Paulo, Dilma teria se irritado com a postura de Meirelles que, além de dizer a jornalistas que havia sido convidado a permanecer da presidência do BC, aproveitou para dizer que só aceitaria o convite caso mantivesse sua autonomia no cargo.

Até mesmo o presidente Lula, entusiasta da permanência de Meirelles à frente do BC, teria ficado descontente com a atitude dele. Segundo o jornal, Lula avalia que o presidente da autoridade monetária perdeu pontos ao tentar justificar sua iminente saída – e jogar para Dilma a responsabilidade por quaisquer mudanças na política monetária do país.

No Planalto, avalia-se que o comportamento de Meirelles criou uma saia-justa para a presidente eleita. Isso porque, após as declarações do presidente do BC, a decisão de Dilma de retirá-lo do cargo pode ser considerada pelo mercado econômico como um afrouxamento da política de autonomia da instituição. Meirelles decidiu partir para o ataque assim que foi confirmada a permanência do ministro da Fazenda, Guido Mantega, no cargo.

O presidente do BC teria considerado o anúncio do nome de Mantega como um aviso de que, no governo Dilma, perderia seu status de ministro e passaria a se reportar não mais ao presidente da República, mas sim ao ministro da Fazenda.

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Dilma já disse que pretende reduzir a taxa real de juros (que considera as correções inflacionárias) a 2% até 2014. Atualmente, ela é de 5,8%. Para isso, é dado como certo que ela vai centralizar em torno de si todas as ações econômicas do início do governo. Pretende, com isso, alcançar dois objetivos: forçar a redução nas taxas de juros logo na primeira reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) e mostrar que, ao contrário do presidente Lula, ela terá o controle de todos os setores do governo, a começar pela economia.

Com a centralização e a pressão explícita para que os juros baixem – o que Lula nunca exerceu em relação ao Banco Central -, Meirelles ficaria numa posição desconfortável, pois sua política de combate à inflação tem sido sempre a de, por absoluta prevenção, manter os juros altos.

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