Lula oficializa a indicação de Galípolo como diretor do Banco Central
Presidência também indicou Ailton Aquino dos Santos para a diretoria de fiscalização do BC; indicações passarão por sabatinas no Senado
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) enviou ao Senado Federal as mensagens oficializando as indicações de Gabriel Galípolo e Ailton Aquino dos Santos para cargos de diretoria no Banco Central. Os despachos estão no Diário Oficial da União desta terça-feira, 16, e são a etapa inicial para que os indicados do governo petista possam ser empossados na diretoria e façam parte do Comitê de Política Monetária, o Copom.
Galípolo é secretário-executivo do Ministério da Fazenda, “braço direito” do ministro Fernando Haddad. Ele foi indicado para assumir o cargo de diretor de política monetária do BC, uma das diretorias mais importantes do órgão, já que lida diretamente com a condução da política monetária e o caminho dos juros no país. Já Ailton Aquino dos Santos foi indicado para o cargo de diretor de fiscalização do BC. Ele já é servidor da instituição.
Após a mensagem de Lula, os indicados serão sabatinados pela Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal e, posteriormente, precisam ser aprovados pelo plenário do Senado Federal. A próxima reunião do Copom está programada para os dias 20 e 21 de junho. Compõem o comitê os oito diretores do BC mais o presidente da instituição, Roberto Campos Neto.
As indicações haviam sido anunciadas no último dia 8 por Haddad. Segundo ele, a indicação dos nomes buscam aumentar o “entrosamento das políticas fiscal e monetária”. A condução da política monetária, com a manutenção dos juros no patamar de 13,75% ao ano, é uma das principais críticas do governo petista. Tanto Lula quanto aliados atacaram diversas vezes as decisões do Copom, Campos Neto, e a autonomia do Banco Central, aprovada em 2021.
Por causa da lei da autonomia, o mandato do presidente do Banco Central não é concomitante ao da Presidência da República. Campos Neto fica na presidência até dezembro de 2024, cumprindo mandato de quatro anos desde o início da lei da autonomia. Campos Neto foi indicado por Jair Bolsonaro em 2019 e foi reeleito ao cargo após a autonomia.
Além de Galípolo e Santos, o governo Lula deve indicar mais dois diretores este ano, trocando assim quatro das oito diretorias. As próximas vagas são a diretor de relacionamento, cidadania e supervisão de conduta e diretoria de assuntos internacionais e de gestão de riscos corporativos, cujo mandato dos diretores atuais se encerra em 31 de dezembro.