Lucro dos bancos atingiu R$ 60,6 bi em 2013, diz BC
O Relatório de Estabilidade Financeira (REF), do Banco Central, mostrou que o lucro líquido das instituições financeiras no ano passado cresceu R$ 1 bilhão na comparação com 2012
O Relatório de Estabilidade Financeira (REF), divulgado nesta quinta-feira pelo Banco Central, mostrou que o lucro líquido dos bancos, em 2013, cresceu 1 bilhão de reais frente o ano anterior e atingiu 60,6 bilhões de reais. “Houve uma redução no ritmo de crescimento do resultado concreto”, observou Anthero Meirelles, diretor de Fiscalização do BC. “Por outro lado, houve queda de despesas administrativas e ampliação de receita de serviços”, ponderou.
Meirelles comentou também que a adesão dos bancos ao Refis em 2013 (programa de parcelamento de dívidas com a Receita) diminuiu a liquidez das instituições financeiras no ano, mas, por outro lado, também diminuiu o provisionamento delas para ações judiciais tributárias. “No geral, os bancos estavam provisionados acima desse valor, então houve aumento do lucro”, comentou. “Provisão é despesa, mas reversão de provisão é receita”, completou.
Basileia 3 – Meirelles avaliou ainda que o Sistema Financeiro Nacional terá pouca pressão para se adaptar aos requisitos de Basileia 3 até 2019. De acordo com o Relatório de Estabilidade Financeira, o sistema como um todo não precisaria de capital adicional para adotar já hoje todas as regras do novo modelo, sem precisar desse período de transição.
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“Mas isso não é homogêneo dentro do sistema”, ponderou Meirelles. Apesar disso, de acordo com ele, somente quatro dos 135 bancos do país precisariam de capital adicional hoje para adotar completamente os requisitos de Basileia 3. “Essa necessidade somada é de 10 bilhões de reais, equivalentes a 60% do lucro dessas instituições em um ano. Ou seja, com retenção de lucro de um ano, elas já conseguem preencher esse requisito”, completou.
Ambiente global – Para o diretor de Fiscalização do BC, o primeiro semestre de 2014 continua com ambiente global desafiador. Durante divulgação do Relatório de Estabilidade Financeira na manhã desta quinta, ele repetiu a fala do presidente da instituição, Alexandre Tombini, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado, quando a autoridade defendeu que o país e o mundo passam por um momento de transição.
Segundo Meirelles, a mudança na política monetária nos Estados Unidos tem trazido volatilidade aos mercados emergentes e a dinâmica de preços, moedas e juros está ligada à comunicação do Federal Reserve (Fed, o BC dos EUA). “Não vejo elementos domésticos predominando”, disse. “O comportamento do Brasil está muito semelhante ao de outras economias parecidas, talvez um pouco melhor”, defendeu.
(com Estadão Conteúdo)