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Líderes do G20 vão discutir infraestrutura em encontro

Secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Cozendey, anunciou nesta sexta-feira os assuntos que serão tratados na reunião

Por Da Redação
7 nov 2014, 15h17

Os líderes das vinte maiores economias do mundo discutirão na próxima semana, na reunião do G20, o desenho final de um centro global de infraestrutura, que apresentará a investidores opções de projetos em diversos países. A Austrália, que sediará o evento nos dias 15 e 16 de novembro, se propôs a financiar e tomar a frente desse processo, que consistirá numa tentativa de unir as necessidades de investimento em infraestrutura em vários países e a busca dos investidores interessados em oportunidades nesses locais. O projeto começará no ano que vem e terá duração de quatro anos.

“Esses investidores muitas vezes não têm como avaliar os projetos de infraestrutura”, explicou o secretário de Assuntos Internacionais do Ministério da Fazenda, Carlos Cozendey, que concedeu entrevista coletiva nesta sexta-feira sobre os assuntos que serão tratados na reunião do G20. Justamente para combater o problema, a intenção é desenvolver dados harmonizados de projetos de infraestrutura, que permitam comparação por parte dos investidores. “O Brasil entendeu que é uma iniciativa válida porque temos interesse em atrair investimento em infraestrutura. O Brasil pode se beneficiar dessa atividade”, avaliou Cozendey.

Mais uma vez, será ponto central na discussão dos líderes as medidas de estímulo à economia mundial. Já foram apresentadas 900 ações para impulsionar o crescimento internacional e a meta do grupo é gerar um crescimento adicional de dois pontos porcentuais em cinco anos. As medidas apresentadas pelo Brasil foram no âmbito de investimento em infraestrutura, qualificação de mão de obra e desenvolvimento de pequenas e médias empresas. “Os planos são principalmente sobre medidas na área de oferta, mudanças que aumentem crescimento potencial dos países”, explicou Cozendey.

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Há uma expectativa de que a presidente Dilma Rousseff comente sobre um total de 50 bilhões de dólares que já foram investidos na área de infraestrutura. O valor não entrou na conta das medidas tomadas no Brasil para estimular o crescimento devido a questões de prazo, mas o governo brasileiro acredita que terá impactos positivos para a economia. “Não tem como fazer plano de infraestrutura todo ano. Como nossos programas estão se expandindo, apresentamos uma série de projetos que já tinham sido finalizados e de lá pra cá novos projetos já foram identificados”, explicou.

Igualdade – Cozendey disse ainda que o G20 tem renovado o compromisso de não adotar medidas protecionistas, o que garante o funcionamento das regras multilaterais. “Também será discutida a situação da OMC (Organização Mundial do Comércio) e a possibilidade de retomar negociação da rodada Doha”, disse. Na área de energia, Brasil insistirá para que o grupo não abandone a discussão sobre energia renovável.

Os líderes também devem discutir a participação de jovens e o acesso de homens e mulheres ao mercado de trabalho. A intenção é reduzir em 25% a diferença existente entre homens e mulheres nos países do G20 até 2025. Outra meta do grupo é reduzir o custo das remessas dos imigrantes aos países de origem. “A ideia é trabalhar com agências que fazem essas transferências para que reduzam e facilitem a vida desses imigrantes. O custo atual depende de cada empresa que faz esse tipo de transferência”, explicou.

Argentina – Sobre a questão da dívida da Argentina e dos chamados “fundos abutres”, Cozendey reafirmou a avaliação do governo brasileiro de que o tema tem repercussão global e disse que o G20 deve tratar do assunto, no que se refere às discussões nas cortes internacionais. “Temos expectativa de que líderes, de certa maneira, se refiram favoravelmente à utilização dessas cláusulas contratuais”, disse, em referência às cláusulas de renegociação da dívida soberana. O secretário disse, ainda, que seria conveniente que o G20 discutisse como evitar problemas no futuro sobre esse assunto. “As cláusulas contratuais funcionam para frente. Se hoje um país tiver um problema e tiver que fazer reestruturação, pode haver dificuldade”, disse.

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Cozendey informou que o grupo continuará discutindo questões relacionadas à regulação financeira e à tributação. Uma delas é a troca automática de informações tributárias entre países do G20, que começará entre 2017 e 2018. “O objetivo é saber se algum contribuinte transferiu dinheiro para outros países e poder submeter à taxação devida. Evita fuga de capitais”, explicou. No Brasil, ainda é necessário que o tema passe por uma aprovação no Congresso Nacional. Outra discussão prevista é com relação ao programa que evita que empresas multinacionais transfiram lucros para países em que não são taxadas ou são pouco taxados.

Questionado se haverá um debate específico sobre a possibilidade de os Estados Unidos aumentarem as taxas de juros em 2015, Cozendey disse que a discussão é permanente e se encaixa no debate sobre as condições macroeconômicas.

Durante o encontro, ocorrerá também uma reunião de representantes dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), como tem ocorrido em outras reuniões do G20. A intenção é acompanhar a preparação para o funcionamento do Banco dos Brics e do Arranjo Contingente de Reservas (CRA).

(com Estadão Conteúdo)

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