Inflação de 2018 sobe de 3,5% para 3,6% após greve dos caminhoneiros
Na semana passada, um novo fator começou a pesar sobre as projeções de preços: a greve dos caminhoneiros, que tem provocado desabastecimento em todo o país
Os economistas do mercado financeiro elevaram a previsão para a inflação de 2018. O Relatório de Mercado Focus divulgado na manhã desta segunda-feira pelo Banco Central (BC), mostra que a mediana para o inflação deste ano foi de 3,50% para 3,60%. Há um mês, estava em 3,49%. Já a projeção para o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) de 2019 passou de 4,01% para 4,00%. Quatro semanas atrás, estava em 4,03%.
A projeção dos economistas para a inflação em 2018 está próxima do piso da meta deste ano, cujo centro é de 4,5%, com margem de tolerância de 1,5 ponto porcentual (índice de 3,0% a 6,0%). Para 2019, a meta é de 4,25%, com margem de 1,5 ponto (de 2,75% a 5,75%).
Entre as instituições que mais se aproximam do resultado efetivo do IPCA no médio prazo, denominadas Top 5, a mediana das projeções para 2018 no Focus passou de 3,27% para 3,24%. Para 2019, a estimativa do Top 5 seguiu em 3,75%. Quatro semanas atrás, as expectativas eram de 3,56% e 4,00%, respectivamente.
Em 10 de maio, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) havia informado que o IPCA subiu apenas 0,22% em abril, abaixo do que era esperado pelo mercado. No acumulado do ano, o índice de preços avançou 0,92%.
Também com influência sobre as projeções de inflação do mercado, o dólar à vista acumula alta de 4,55% em maio e de 10,50% em 2018. Em meio ao avanço do dólar, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC manteve a Selic (a taxa básica de juros) em 6,50% ao ano no dia 16 de maio.
Na semana passada, um novo fator começou a pesar sobre as projeções de preços: a greve dos caminhoneiros, que tem provocado desabastecimento em todo o país.
O mercado financeiro reduziu as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) em 2018. A expectativa de alta para o PIB foi de 2,50% para 2,37% no Boletim Focus. Há quatro semanas, a estimativa era de crescimento de 2,75%. Para 2019, o mercado manteve a previsão de alta do PIB de 3,00%, mesmo patamar de quatro semanas atrás.