Dólar opera em baixa e vai a R$ 3,73 com resultado de eleições dos EUA
Os republicanos perderam a maioria na Câmara para os democratas, resultado que pode limitar a governabilidade de Donald Trump
O dólar opera em baixa na manhã desta quarta-feira após o resultado das eleições legislativas dos Estados Unidos, que representaram uma derrota parcial ao Partido Republicano de Donald Trump. Como era esperado, democratas conseguiram a maioria da Câmara dos Representantes e os republicanos mantiveram o controle do Senado.
A moeda americana era vendida a 3,7366 reais por volta das 10 horas. A variação negativa é de 0,58% após fechamento em alta de 3,76 reais.
O mercado financeiro estava de olho nas eleições legislativas porque o resultado define a governabilidade de Trump nos próximos dois anos de mandato. “O resultado alimenta especulações acerca da agenda de Donald Trump, especialmente no que tange às políticas fiscais atuais que vinham impulsionando apostas para o PIB do país. Em meio a essa leitura de provável limitação o dólar perde valor contra praticamente todos os pares”, explicou o boletim financeiro da corretora H. Commcor.
No cenário eleitoral brasileiro, influenciam o dólar a primeira reunião do presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) com o atual presidente Michel Temer (MDB). Os dois devem discutir a transição do governo. A reforma da Previdência é outro assunto importante: o deputado já declarou que gostaria que parte da reforma fosse aprovada ainda neste ano.
Na terça, o futuro ministro da Fazenda, Paulo Guedes, afirmou que a aprovação da reforma neste ano abriria espaço para uma retomada maior da economia em 2019. Ele diz que o produto interno bruto (PIB) do país poderia crescer 3,5% no próximo ano.
“Existe alta dose de expectativa com eventual anúncio de intenção de votação da reforma da Previdência (no atual molde no Congresso) ainda neste ano, por mais que exista forte leitura de divisão na equipe de Bolsonaro acerca da votação ou não desse texto”, destacou a H. Commcor. “Inclusive, a dúvida não parece ser apenas acerca do teor do texto, mas também (e talvez mais preocupante) acerca do apoio necessário nos partidos para eventual aprovação da PEC”.