Dólar cai pela terceira semana consecutiva
Moeda recua 1,2% nesta semana; Ibovespa registra alta de 0,82% no mesmo período
O dólar caiu 0,1%, fechando aos 3,88 reais para venda, mesmo valor do dia anterior, quando registrou queda de 0,3%. A moeda americana caiu 1,2% no acumulado da semana, a terceira seguida de perdas, reflexo de melhora do apetite por risco no exterior e de clima ainda benigno para a aprovação de reformas no Brasil. Desde janeiro passado o dólar não caía por três semanas consecutivas.
Depois de alcançar em 20 de maio uma máxima em oito meses, acima de 4,10 reais, o dólar entrou em rota descendente, puxado tanto pelo entendimento de que o Congresso está mais comprometido com a reforma da Previdência quanto pela expectativa de alívio monetário nos Estados Unidos. Desde 20 de maio, a cotação acumula baixa de 5,5%.
A tendência é que a divisa se acomode a partir de agora, de acordo com Jefferson Laatus, sócio-fundador do Grupo Laatus. A moeda deverá perseguir os 3,90 reais até “pelo menos” a reforma da Previdência ser aprovada. “Depois, retomará de forma mais consistente o movimento de baixa”, afirma.
O Ibovespa, principal índice da bolsa de valores brasileira, teve alta de 0,63% nesta sexta-feira, 7, e fechou aos 97.821 pontos. O volume financeiro somou 11,8 bilhões de reais. Foi terceira semana consecutiva no azul, em meio ao viés de política monetária externa favorável a ativos de risco e novos avanços na pauta de reformas do país. Na semana, o Ibovespa acumulou alta de 0,8%.
“Foi um dia bom para ativos de risco no mundo”, afirmou o gestor de portfólio Guilherme Foureaux, sócio na Paineiras Investimentos, citando que o movimento foi liderado pelas bolsas norte-americanas após dados de emprego dos Estados Unidos. Segundo Foureaux, os números beneficiaram moedas e bolsas de países emergentes, já que fortificaram expectativas de juros menores em economias desenvolvidas.
No mês passado, foram criadas 75 mil vagas de emprego fora do setor agrícola dos EUA e os dados de março e abril foram revisados para mostrar geração de 75 mil vagas a menos que reportado anteriormente.
No Brasil, a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF), na noite de quinta-feira, de que a venda do controle de subsidiárias de estatais não precisa de aval do Congresso Nacional repercutiu positivamente. Analistas avaliaram que a decisão é positiva para o plano de privatizações do governo federal, o que agrada agentes financeiros, que veem na venda de ativos mais um componente para melhora da situação fiscal no país.
Também repercutiu positivamente a aprovação na semana pelo Senado de medida provisória que trata do combate a fraudes no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e do marco regulatório do saneamento básico, na véspera. Isso tudo endossou a melhora recente do sentimento no mercado com a agenda econômica no país.
(Com Reuters e Agência Estado)