Dólar cai mais de 2% após decisão sobre impeachment
Moeda americana recuou 2,26%, a 3,74 reais, depois de o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, aceitar o pedido de abertura de processo de afastamento de Dilma
Investidores receberam bem a decisão de abertura do processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff. O dólar recuou 2,26%, a 3,74 reais, após atingir 3,73 reais na mínima do dia. Foi a maior queda diária desde o dia 3 de novembro, quando a moeda americana recuou 2,39%.
“A (eventual) saída de Dilma é vista como positiva e representa mudanças. Entretanto, temos que lembrar que o processo é longo e incerto, fragiliza ainda mais o já combalido governo do PT e coloca o país mais perto de perder o seu segundo grau de investimento”, disse o operador da corretora SLW João Paulo de Gracia Correa.
Na noite passada, o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), aceitou o pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma. O processo ainda precisa tramitar por diversas etapas antes de resultar em uma votação final que decida o futuro da presidente.
Estrategistas do banco JPMorgan ressaltaram que “os custos de embarcar no processo de impeachment são altos, pelo menos no curto prazo”. Por isso, recomendaram que clientes apostem na alta da moeda namericana se as cotações no mercado à vista continuarem abaixo de 3,75 reais.
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A atuação do Banco Central brasileiro completou o quadro favorável para o real, realizando nesta tarde leilão de venda de até 500 milhões de dólares com compromisso de recompra. Segundo a assessoria de imprensa do BC, a operação não teve como objetivo rolar contratos já existentes.
A queda do dólar ganhou ainda mais força na parte da tarde, depois que o contrato futuro do dólar recuou abaixo de 3,80 reais. O movimento desencadeou muitas operações automáticas de vendas de divisas para limitar perdas de operadores que não acreditavam que o dólar cairia tanto.
“Muita gente não acreditava que o dólar continuaria caindo. Mesmo hoje, eu não estou convencido de que esses níveis se sustentam”, disse o operador de uma corretora nacional.
(Com agência Reuters)