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Dilma pressiona Hollande por aprovação de acordo com UE

Presidente falou que Mercosul está 'pronto' para acordo com a União Europeia e espera que a troca de propostas aconteça em janeiro

Por Naiara Infante Bertão
13 dez 2013, 14h54

A presidente Dilma Rousseff aproveitou a visita do presidente francês François Hollande ao Brasil para pressionar a União Europeia a discutir o acordo bilateral com o Mercosul. Ela viajou para São Paulo para se encontrar novamente com o presidente francês em uma reunião a portas fechadas no prédio da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Em discurso após a reunião com a comitiva europeia, Dilma ressaltou a importância do acordo da União Europeia com o Mercosul.

“Temos excelentes oportunidades na nossa frente (em termos de comércio Brasil-França). O avanço das negociações comerciais entre União Europeia e Mercosul é uma delas. Um futuro acordo contribuirá para a realização do potencial ainda inexplorado de intercâmbio de nossos produtos e serviços. O Brasil e Mercosul já estão prontos para fazer a oferta comercial. Esperamos que a troca de ofertas se realize em janeiro”, disse a presidente a empresários brasileiros e franceses presentes na Fiesp.

Na quinta-feira, a União Europeia pediu o adiamento da reunião entre os dois blocos econômicos, que estava marcada para a próxima semana em Bruxelas. Na ocasião, tanto os membros do Mercosul (Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela) como da União Europeia entregariam uma lista de importações que estariam dispostos a liberalizar para avançar no acordo. As negociações estão em curso há 15 anos. O porta-voz comunitário da UE, John Clancy, admitiu que o bloco europeu optou por adiar a troca de ofertas pela proximidade do recesso natalino nas instituições comunitárias.

Ainda no Fórum Econômico Franco-Brasileiro, Paulo Skaf, presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), reforçou o discurso da presidente, destacando a importância do acordo para incrementar a relação comercial entre Brasil e França. “É fundamental o acordo. Eu passei o recado a Hollande. Normalmente a França, que é líder dentro da União Europeia, coloca vários obstáculos (a esse tipo de acordo), principalmente quando se fala sobre a agricultura”, disse Skaf, pedindo à França que ela ajude na conclusão das negociações. “Hollande falou da necessidade de aumentar a corrente de comércio e de investimentos. Espero que ele tenha absorvido que, para que isso aconteça, é fundamental que haja um acordo.”

Perguntado sobre a resistência da Argentina com relação aos detalhes da proposta com a União Europeia, Skaf disse: “Assim como o Mercosul tem a Argentina, o lado europeu tem a França, que cria um pouco de obstáculo.”

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No fórum realizado em São Paulo, Hollande, em seu discurso, lembrou que o Brasil é um dos mais importantes aliados da França na América Latina. “Um dia, se a relação entre Mercosul e UE seguir caminhando, falaremos em euro, e não em dólares”, disse o presidente francês. Queremos estabilidade no sistema monetário internacional’, afirmou.

Além do acordo com a União Europeia, Dilma também destacou os “evidentes progressos” conquistados na reunião da Organização Mundial do Comércio (OMC), realizada em Bali na última semana. Ela referiu-se ao acordo de facilitação de comércio e à intenção de eliminar os subsídios agrícolas. “Trata-se dos primeiros acordos alcançados pela OMC desde sua criação e vão fortalecer o sistema multilateral de comércio e resultar em um maior acesso dos produtos de nossos países a nossos respectivos membros.”

Apesar de dezenas de empresários brasileiros e franceses terem se encontrado na Fiesp, nesta sexta, nenhum acordo de investimento foi concretizado, segundo Skaf. “Hoje estavam presentes representantes dos maiores grupos empresariais franceses, um encontro de altíssimo nível. Eventos como esse é que provocam oportunidades para coisas que repercutirão nos próximos meses e anos”, afirmou.

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Caças – Hollande encerra nesta sexta-feira em São Paulo uma visita de dois dias ao Brasil, na qual se reuniu na quinta-feira com Dilma, em Brasília, e participou de outras atividades de caráter econômico, político e diplomático. Uma questão que poderia ser discutida pelos dois presidentes seria a compra de caças para a Força Aérea Brasileira (FAB). Assim como na quinta-feira, nesta sexta de manhã a substituição dos caças Mirage 2000 não foi discutida. A francesa Dassault é uma das concorrentes no processo de escolha das novas aeronaves que deverão ser usadas pela Fab.

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