Dilma desautoriza Garcia e diz que quem fala de juros no governo é só o BC
A presidente afirma que apenas Alexandre Tombini pode falar de política monetária; bronca tem como alvo o assessor especial Marco Aurélio Garcia
Dilma Rousseff desautorizou nesta segunda-feira, em visita à Alemanha, o assessor especial para Assuntos Internacionais da Presidência da República, Marco Aurélio Garcia, bem como qualquer outro membro do governo, a fazer comentários sobre política monetária. Segundo a presidente, cabe apenas ao presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, falar sobre juros. “Quem fala de juros no meu governo é o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini. Nem eu nem ninguém têm autorização para falar sobre juros”, declarou.
A bronca tem alvo certo. Dilma fez a afirmação quando foi questionada por jornalistas sobre as declarações feitas por Marco Aurélio Garcia neste domingo. Em entrevista, o assessor especial afirmou que a taxa básica de juros (Selic) – cujo valor será decidido nesta semana em reunião do Conselho de Política Monetária (Copom) do BC – deve cair.
“Esse caminho já está definido, e com sucesso, porque não estamos tendo inflação”, disse. Comentando as reuniões do Copom na terça e quarta-feira, Marco Aurélio antecipou a decisão do BC. “Vamos ter mais uma reunião do Copom, na qual vamos ter uma queda – moderada, mas vamos ter uma queda”, afirmou Garcia, que integra a comitiva da presidente na cidade alemã de Hannover.
Leia mais:
Mercado mantém previsão de queda da Selic para 10% nesta 4ª feira
Em sua entrevista, a presidente também voltou a criticar a política monetária de países desenvolvidos, citando números do Banco de Compensações Internacionais (BIS), segundo o qual esses bancos centrais já injetaram 8,8 trilhões de euros em seus sistemas financeiros, provocando desequilíbrios na economia mundial.
(Com Agência Estado)