Crise reduz gasto de brasileiros com refeição fora de casa
Ainda assim, a vida moderna faz com que 34% dos brasileiros gastem com alimentação fora do lar

A crise econômica diminuiu o poder de compra dos brasileiros e afetou os hábitos de consumo de alimentos fora de casa. Isso é o que mostra pesquisa divulgada nesta quinta-feira (16) pelo Instituto Foodservice Brasil, por meio de dados da Consumer Reports on Eating Share Trends (CREST).
Apesar de os consumidores continuarem frequentando estabelecimentos comerciais, a frequência de visitas por dia diminuiu de 1,60 vezes, em 2015 para 1,46, em 2016.
O faturamento do setor de foodservice, ou alimentação fora do lar, cresceu 6,2% em 2015, evolução maior que os 5,2% registrados em 2016. Para 2017, o setor espera crescer 10,9%. “Uma série de indicadores não estão mais jogando contra. A inflação alta, por exemplo, tem impacto direto no bolso do consumidor, mas as redes continuam investindo e ampliando sua participação”, explica o diretor do núcleo de dados do instituto, Eduardo Yamashita.
Com a melhora do cenário econômico, o instituto prevê um cenário mais otimista para o setor. “O consumidor está recuperando a confiança e a renda não está mais caindo. Ele acaba canalizando essa confiança e saindo mais para consumir fora”, conta o vice-presidente do IFB, Marcelo Marinis.
O estudo ainda revelou que os brasileiros estão priorizando certos alimentos na hora das refeições e pensando duas vezes antes de comer fora de casa. Atualmente, alimentos de menos importância no consumo são deixados de lado, como uma bebida gelada durante o café da manhã.
A quantidade de alimentos consumidos durante as refeições, como o lanche da tarde, caiu 8% em 2016 na comparação com 2015. O único momento do dia em que as pessoas estão comendo mais é no almoço, um crescimento de 4%. Além disso, momentos de alimentação em grupo, como o happy hour, estão acontecendo com menos frequência – a redução foi de 3% entre 2015 e 2016.
Com menos pessoas dispostas a comprar, as redes de alimentação estão perdendo público em determinados momentos do dia. “Temos que ficar atento para não perder a visão sobre esses momentos ‘menos importantes’ porque é aqui que o crescimento vai acontecer”, conta Yamashita.
De acordo com o instituto, outros estabelecimentos se fortalecem nos momentos do dia em que são consideradas “autoridades”, como a padaria para as refeições matinais.
Ainda assim, a falta de tempo e a vida moderna faz com que 34% do que os brasileiros gastam com alimentação seja com o foodservice, em padarias, lanchonetes ou mesmo com vendedores ambulantes. Já nos Estados Unidos, 49% dos consumidores gastam com alimentação fora de casa.
O estudo identificou também que quanto maior a força de trabalho, maior é a incidência das pessoas se alimentando fora do lar. No caso brasileiro, são aqueles entre 18 e 49 anos, que representam 56% da população, com gasto médio de R$ 13.
Consumidores da classe A foram os únicos que aumentaram o gasto com alimentação para manter os hábitos em 2016, o crescimento foi de 12%.
Atualmente apenas 27% dos brasileiros afirmam ter feito uma refeição fora de casa no dia anterior. Enquanto nos Estados Unidos o número chega a 52%, na China 83% da população se alimentaram fora de casa pelo menos uma vez por dia. “Ainda temos uma baixa penetração no Brasil, essa é uma grande oportunidade. Nós entendemos que o foodservice tem muito a crescer no país”, disse o presidente do instituto, Alexandre Guerra.
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