Credores públicos da Grécia poderão ter que ampliar contribuição, diz Lagarde
Diretora do FMI pressiona o BCE a assumir perdas com a dívida grega, segundo jornal britânico
Os credores públicos de Grécia terão que contribuir mais para aliviar a dívida do país, caso o acordo que os bancos estão negociando com o governo grego seja insuficiente, declarou nesta quarta-feira em Paris a diretora-gerente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Christine Lagarde. “O equilíbrio entre a participação do setor privado e do setor público é uma questão que preocupa os credores gregos e os sócios da zona do euro”, argumentou.
A edição do jornal britânico Financial Times desta quarta-feira revelou pressões do FMI para que o Banco Central Europeu (BCE) aceite assumir perdas relativas aos 40 bilhões de euros em títulos da dívida pública grega que possui, ideia a qual o banco europeu é contrário. Lagarde não desmentiu esta informação. “O objetivo que se persegue é o de colocar a Grécia no caminho do saneamento de suas contas públicas e de alcançar a sustentabilidade de sua dívida, que atualmente é muito grande”, disse a diretora do FMI.
O FMI almeja que a Grécia atinja a sustentabilidade financeira em 2020, com uma dívida pública de 120% do Produto Interno Bruto (PIB), contra os 160% atuais. Segundo Lagarde, este esforço recai em três pilares: a participação dos credores privados, um apoio dos credores públicos e um novo programa de ajustes, negociado com o FMI e com a União Europeia (UE). “Quanto mais importante for o esforço dos bancos, menor será a participação do setor público”, disse Lagarde, que não quis fixar uma data limite para as atuais negociações entre Grécia e seus credores bancários para o perdão de parte da dívida.
(Com Agence France-Presse)