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Conheça as apostas do setor de brinquedos para o Dia das Crianças e Natal

Setor prevê crescimento nas vendas de 5%, impulsionado por brinquedos colecionáveis-surpresa, slime e jogos de tabuleiro conectados com apps

Por Fabiana Futema Atualizado em 10 out 2018, 12h34 - Publicado em 9 out 2018, 14h03

O Dia dos Crianças é uma das datas mais importantes do ano para o setor de brinquedos.  Tradicionalmente, as vendas realizadas entre essa data e o Natal representam cerca de 70% do movimento de todo o ano. Por isso, a indústria reserva seus principais lançamentos para este período.

Apesar do fraco desempenho da economia, o setor acredita que as vendas de brinquedos fecharão o ano com um crescimento de ao menos 5% em relação a 2017, patamar muito superior ao esperado para o PIB, que deve avançar 1,4%, segundo a última previsão do Banco Central.

A explicação para esse bom desempenho, segundo executivos do setor, está na relação entre pais e filhos. “O ciclo de vida entre um lançamento e outro está cada vez mais curto. A criança permanece muito tempo sozinha em casa, bombardeada por informações e novidades, vindas da TV ou internet. Essa informação quebra a hierarquia da família e é a criança que define o consumo da casa. Ela sabe o que quer”, diz o diretor de marketing da Estrela, Aires Fernandes.

Mesmo em tempos de corte de gastos, os pais economizam em outras áreas para manter a compra do brinquedo do filho. “Os pais preferem economizar com eles mesmos, deixar de comprar para eles, do que deixar de comprar o brinquedo para o filho”, afirma Sharon Czitrom, diretora de marketing da Sunny.

Ricardo, Wako, gerente de marketing da Hasbro, diz que esse tem sido o comportamento das famílias nos últimos anos, reforçando que o setor de brinquedos é mais resiliente à crise do que outros. Mas diz que não sabe se isso se repetirá em 2018.  “Os fabricantes fazem uma grande aposta para este período. Mas não sabemos se será assim, todo ano é grande emoção.”

Segundo ele, o setor de brinquedos reserva boa parte dos lançamentos mais caros para este período. “O objetivo é deixar o consumidor embasbacado, com muitas novidades e inovações e dessa forma elevar as vendas. No primeiro semestre costuma haver a venda de itens mais acessíveis. No segundo, são itens mais caros.”

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Alexandre Marques, gerente de vendas da Xalingo, diz que o setor vinha crescendo mais de 10% até agosto, mas sentiu uma desacelerada a partir de setembro. “Talvez pela proximidade da eleição, o próprio varejo deu uma retraída.” Mesmo assim, ele aposta em um crescimento nas vendas do Dia das Crianças de 8%.

Cristina Lorenzo, vice-presidente de marketing da Mattel para América Latina, diz em nota que 2018 tem sido um bom ano para a empresa. “Sabemos que as famílias precisam adaptar seus custos à realidade econômica, especialmente quando enfrentam um ano desafiador. Mas os maiores picos de vendas de brinquedos acontecem durante o Dia das Crianças e o Natal.”

O presidente da Ri Happy, Héctor Núñez, também atribui ao perfil do pai brasileiro o bom desempenho de vendas do setor. “Os pais brasileiros gostam de presentear os filhos, não apenas no Natal. Eles costumam dar mimos para os filhos no dia a dia, é uma espécie de carinho. Entendem que brinquedo não é só divertimento, mas ajuda no desenvolvimento da criança”, diz o presidente da Ri Happy, Héctor Núñez.

A Armarinhos Fernando, uma das principais redes populares de varejo, prevê fechar o ano com um crescimento na venda de brinquedos de 12% no período entre o Natal e Ano-Novo.

Veja abaixo as principais apostas das empresas para Natal e Ano-Novo

Colecionáveis

Após a febre das minibonecas LOL, várias empresas decidiram apostar em brinquedos colecionáveis-surpresa, ou seja, aqueles em que desembrulhar – o famoso unbonxing – também é parte da brincadeira.

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Na Candide, uma das novidades dessa linha são os Ready 2 Robot. Na Hasbro, um dos sucessos são os gatinhos da linha Lost Kitties. A Sunny aposta nos ovinhos de dragão da linha Hatchimals.

A Mattel possui linhas colecionáveis não-surpresa, como Hot Wheels e Barbie.

 

Ovos Hatchimals, aposta da Sunny, custam 599 reais (//Divulgação)
Um dos itens da linha Lost Kitties, da Hasbro. Custam cerca de 19 reais (//Divulgação)

 

Conexão com YouTube e jogos

Outra tendência forte são brinquedos atrelados a filmes e animações de YouTube ou jogos na internet.

“Graças à internet, os lançamentos acontecem quase que simultaneamente no mundo todo. Por isso, as tendências são muito parecidas. E por isso a variável on-line é muito importante”, diz Wako, da Hasbro.

Aires, da Estrela, diz que a convergência entre o mundo físico e o digital é muito importante para o setor de brinquedos. “A criança não brinca mais só no mundo físico, ela leva a brincadeira para o digital. Por isso temos aplicativos de brinquedos que fazem essa convergência.”

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Os Transformers, por exemplo, estão ligados aos lançamentos do cinema. Já os jogos Detetive e Banco Imobiliário foram repaginados para incorporar a convergência com o mundo digital.

Jogo Detetive, 99,90 reais
Jogos de tabuleiro agora têm aplicativos para fazer a interação com o mundo digital, caso do Detetive . Vendido por 99 reais (Foto/Divulgação)

Slime

O slime, espécie de geleca que ficou famosa a partir de vídeos de crianças ensinando como fabricar a massinha em casa, conquistou a indústria de brinquedos.

Um dos lançamentos da Candide é a unicórnio Poopsie, que faz cocô de slime. Os robôs, da linha Ready 2 Robot, também vêm com potinhos de slime.

Sharon, da Sunny, diz que a empresa prepara mais lançamentos envolvendo slime para o Natal. “Vamos ter uma linha toda de slime. Um para brincar na banheira, no balde, fazer em casa. Vai dar para misturar e tomar banho de slime. Outro vai virar gelatina. Esse produto conversa muito com o mundo dos youtubers.”

Robôs da linha Ready 2 Robot vêm potinhos de slime (Candide/Divulgação)

Bonecas quase humanas

As empresas também apostam em bonecas quase humanas, que, graças à tecnologia, aprendem palavras com as crianças. Esse é o caso da Luvabella, da Sunny, vendida por mais de 1.000 reais. Quanto mais a criança brincar com ela, mais palavras ela aprenderá. O anúncio diz que tem expressões faciais, responde ao toque e é possível sentir seus ‘batimentos cardíacos’.

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A Baby Alive, uma das bonecas campeãs de vendas do país, também ganhará sua versão inteligente. “Terá uma interação nunca antes vista, responderá a sons e todo tipo de interação. Tem sensores, que permitirão que responda a mais de oitenta palavras”, diz Wako. Tanta novidade também custa caro: 999 reais.

Baby Alive Meu Querido Bebê, da Hasbro, sai por 999 reais (//Divulgação)

 

Boneca Luvabella, uma das apostas da Sunny para o Dia das Crianças (//Divulgação)

Cozinha e casinha

Uma tendência que vem se repetindo é a de brinquedos ligados ao hábito de cozinhar. A Mattel lançou a linha Cozinhando e Criando, com versões da boneca em uma pizzaria, estação de doces, hortinha e com cozinha cheia de utensílios de última geração.

A Hasbro diz que um dos seus carros-chefe são as cozinhas e geladeiras, que permitem que as crianças brinquem de casinha, espelhando-se nos pais.

Cozinha Mini Chef, da Xalingo, vendida por R$ 89 (//Divulgação)
A Barbie cozinha de luxo, vendida por R$ 399 (//Divulgação)
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