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Colapso de Evergrande afetaria até jogadores de futebol brasileiros

Segunda maior construtora chinesa recebeu aportes de fundos e bancos ocidentais, e construía um dos maiores estádios do mundo para time supercampeão

Por Carlos Valim Atualizado em 27 set 2021, 10h10 - Publicado em 26 set 2021, 14h54

O risco de falência da gigantesca construtora chinesa Evergrande abalou os mercados na última semana. Segunda maior do mercado do país e uma das estrelas do crescimento da economia local pelas últimas décadas, ela se tornou grande o suficiente para afetar pessoas e investidores de todo o mundo. Fundado em 1996 por Xu Jiayin, o grupo Evergrande chegou a se tornar a incorporadora mais valiosa do mundo em 2018, vendendo apartamentos para a classe média. Com o sucesso do negócio, passou a se diversificar em investimentos ousados, como numa montadora de carros elétricos e até na compra em 2010 o do time de futebol Guangzhou Evergrande. Vencedor de oito dos últimos dez títulos da Super Liga Chinesa — nas outras duas vezes, foi vice-campeão –, ele é o dono do passe de cinco jogadores brasileiros naturalizados chineses, Ricardo Goulart, Elkeson (ambos também já convocados pela seleção brasileira), Alan, Aloísio e Fernandinho Conceição.

Eles, como diversos prestadores de serviços e compradores de apartamentos do grupo, podem acabar sendo afetados financeiramente com a falência da empresa. A Evergrande tem 778 obras em construção em 223 cidades, que foram interrompidas com a falta de pagamento a fornecedores. Uma das mais ambiciosas dela é o moderno novo estádio para o time, o qual estava construindo desde abril de 2020. Chamado Guangzhou Evergrande Football Stadium e com arquitetura em formato de flor de lótus, tem a ambição de ser um dos maiores do mundo, com capacidade para 100 mil espectadores, e investimento de 1,7 bilhão de dólares.

Mas não serão apenas os fãs do clube mais vencedor da China que perderão com o colapso da empresa. Cerca de 80 mil chineses ajudaram a financiar a empresa, e grandes nomes das finanças do Ocidente também aportaram dinheiro, como Allianz, Ashmore, BlackRock, UBS e HSBC.  Por tudo isso, para muita gente, o provável colapso lembrou a muita gente a queda do Lehman Brothers em 2008, que precipitou a grande crise financeira global. O receio é que a queda da empresa precipite problemas em todo o setor imobiliário chinês, responsável por 29% do PIB da segunda maior economia do mundo, e afete o crescimento de todo o mundo. Na pandemia, a demanda pelo mercado caiu, ao mesmo tempo que o governo de Xi Jinping começou a promover uma guinada da economia, que era baseada em dívidas em eterna espiral para cima e no setor de construção, para um crescimento mais baseado em consumo doméstico.

O problema é que hoje haveria no país espaços vazios construídos na China capazes de abrigar 90 milhões de pessoas, segundo estimativa feita pela consultoria Rhodium Group, de Hong Kong, para o jornal britânico Financial Times. É o suficiente para abrigar mais de 40% de toda a população brasileira.

A Evergrande deve pouco mais de 300 bilhões de dólares, sendo que 84 milhões de dólares em juros já deveriam ser pagos na quinta-feira, 23.

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