Cenário externo e CPI da Covid derrubam Ibovespa, que cai 2,65%
Depois de Renan Calheiros pedir prisão de Fabio Wajngarten, dólar encerra em alta de 1,54%, a 5,3028 reais
O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, fechou em forte queda nesta quarta-feira, 12, de 2,65%, para 119.710 pontos, pressionado pela baixa dos mercados americanos e pela CPI da Covid no Senado Federal. O dólar comercial, por sua vez, encerrou em alta de 1,54%, a 5,3028 reais. Os riscos domésticos brasileiros vêm pressionando o real, mas hoje também pesou a alta global da moeda americana. O DXY, o índice que mede a força do dólar em relação a uma cesta de moedas, principalmente o euro, subia 0,67% após o fechamento da B3.
A bolsa brasileira já amanheceu pressionada nesta quarta-feira pela divulgação da inflação americana, que teve a maior alta desde 2009. Com isso, os juros dos títulos americanos de 10 anos dispararam e as bolsas de valores do país despencaram em um dia de venda massiva de ativos. A preocupação que o aumento dos preços ao consumidor gere uma alta antecipada da taxa de juros dos Estados Unidos também incentivou o movimento “bearish”, termo para “estilo urso”, que representa um mercado negativo. O S&P 500 fechou em queda de 2,14%.
No Brasil, por sua vez, a CPI da Covid-19 foi agitada, com a oitiva do ex-secretário de Comunicação da Presidência, Fabio Wajngarten. Alegando diversas contradições em suas falas, o relator da CPI, Renan Calheiros, chegou a declarar que pediria a prisão do ex-secretário, requisição negada pelo presidente do colegiado, Omar Aziz (PSD-AM). Um dos principais pontos de tensão do depoimento foi sobre a entrevista que Wajngarten concedeu a VEJA em abril. Em áudio divulgado por VEJA, o ex-secretário afirma que houve “incompetência” na negociação do Ministério da Saúde com a fabricante de vacinas Pfizer.