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Carta ao Leitor: Uma bela vitória

Controle da inflação é um trabalho muito bem-sucedido conduzido pelo Banco Central e seu presidente, Roberto Campos Neto

Por Da Redação Atualizado em 15 dez 2023, 11h44 - Publicado em 15 dez 2023, 06h00

Não é nenhum exagero dizer que a inflação, mais até do que guerras e desastres naturais, está entre os maiores pesadelos dos brasileiros. Cidadãos com mais de 50 anos de idade se lembram das altas taxas atingidas mês a mês, do descontrole na remarcação de preços e do caos provocado nas finanças pessoais e públicas. Os mais desfavorecidos sofriam em dobro. Sem ter como se proteger da majoração diária, viam sua renda ser dilacerada pelo faminto dragão inflacionário — 30%, 40%, até 80% em apenas trinta dias. Pacotes e pacotes foram lançados. Nada funcionava. O quadro era absolutamente desolador até que finalmente o Plano Real conseguiu debelar o problema, em julho de 1994.

De lá para cá, algumas recaídas aconteceram (nada próximo do descontrole anterior, é verdade). Uma delas, porém, tinha potencial para causar estragos. Alimentado pelo fim da pandemia, com a enxurrada de recursos públicos para recuperar a economia e a explosão do consumo, o dragão da inflação voltou a soltar labaredas pelas ventas. O fenômeno, por sinal, foi mundial. Mesmo países com um histórico de estabilidade no tema — Estados Unidos, Reino Unido, França — passaram a conviver com taxas bem acima do recomendável. No Brasil, a meta inflacionária foi ultrapassada, dando sinais preocupantes sobre o que poderia vir pela frente. Momentos de triste memória voltaram a atemorizar o consumidor brasileiro.

É sempre bom ter cautela em assuntos econômicos, mas já é possível dizer que o dragão, por ora, está domado. Reportagem da edição traz os detalhes dessa batalha travada nos últimos dois anos. Em resumo, trata-se de um trabalho muito bem-sucedido conduzido pelo Banco Central e seu presidente, Roberto Campos Neto. Baseado em critérios técnicos, sem nenhuma interferência política, o BC manteve o animal perverso na jaula subindo os juros, mesmo em um ano de eleição (2022) e em meio a muita controvérsia na condução econômica (2023). O resultado cristalizou-se em dois números divulgados na semana passada. Nos últimos doze meses, a inflação brasileira está em 4,68%, dentro da meta estabelecida. Na quarta, ministrando uma dose cada vez menor do remédio, o BC baixou, mais uma vez, os juros, de 12,25% ao ano para 11,75%.

Os neoespecialistas em política e os críticos de plantão dizem que a “mídia”, numa generalização descabida, não sabe reconhecer trabalhos bem-feitos, demonstrando resistência em elogiar atuações de autoridades públicas. Ao longo dos seus 55 anos, VEJA definitivamente nunca se encaixou nessa descrição. Com a mesma ênfase com que apontamos os erros, reconhecemos os méritos do Plano Real, a força das instituições brasileiras, as conquistas do agronegócio e os avanços da agenda verde no país, para citar apenas algumas pautas. Pela mesma razão, damos parabéns ao presidente do BC, Roberto Campos Neto. Que bela vitória sobre essa recaída de surto inflacionário. Infelizmente, no entanto, a vigilância precisa ser permanente. Tomara que o governo Lula não caia na tentação do gasto público em 2024 e reverta essa relevante conquista.

Publicado em VEJA de 15 de dezembro de 2023, edição nº 2872

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