Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Brasil perde posição no consumo de cosmético, mas setor avança

País era o terceiro do ranking do consumo mundial de beleza e higiene, mas caiu para o quarto após a crise econômica

Por Tatiana Babadobulos
Atualizado em 2 Maio 2018, 08h48 - Publicado em 2 Maio 2018, 08h48

O setor de cosméticos costumava ser imune às crises econômicas, mas o Brasil perdeu posição no ranking dos maiores consumidores de  de produtos de beleza e higiene do mundo. Até 2015, o país era o terceiro colocado da lista. Mas caiu para a quarta posição após a crise econômica, ficando atrás dos Estados Unidos, da China e do Japão. 

Apesar de cair no ranking mundial, a indústria de higiene e beleza brasileira cresceu mais que a economia do país nos últimos anos. Em 2017, o setor registrou um faturamento de 102 milhões de reais em 2017, uma alta de 3,2% em relação a 2016 (99 milhões de reais). Para 2018, a expectativa é de um aumento de 3,8%, atingindo uma receita 106 milhões de reais. No ano passado, o PIB brasileiro cresceu apenas 1%.

O chamado Índice do Batom (lipstick index, em inglês) pode ser uma das explicações para o setor crescer acima da média do PIB. O indicador foi criado em 2001 por Leonard Lauder, presidente e filho mais velho da fundadora da marca Estée Lauder, porque, mesmo durante as crises as pessoas continuam investindo em cosméticos. A justificativa é o custo relativamente baixo de um batom, além da elevação da autoestima.

Continua após a publicidade

“O setor de cosméticos tem uma característica específica. As pessoas querem aumentar a autoestima principalmente quando a vida está mais dura”, afirma Artur Grynbaum, presidente do Grupo Boticário. A empresa é a terceira maior do setor, com 10,8% do mercado, atrás da Natura (11,7%) e Unilever (11,1%).

Ele diz que em 2017 a companhia cresceu 7,5% em relação a 2016, com faturamento de 12,3 bilhões de reais, mais do que o dobro do previsto pelo mercado como um todo.

“O Brasil perdeu o terceiro lugar, mas continua sendo um mercado dinâmico. O público masculino tem ajudado bastante [a incrementar as vendas do setor], embora o feminino seja a maioria. Com esse dinamismo vamos recuperar o terceiro lugar rapidamente”, afirma a francesa Nathalie de Gouveia, CEO da The Body Shop Brasil.

A CEO da Sephora no país, Flavia Bittencourt, afirma que, mesmo em tempos de crise, 62% das clientes visitam as lojas todos os meses. “As pessoas querem se sentir bem consigo mesmas e os produtos de beleza demandam pouco investimento e grande impacto na autoestima.”

Continua após a publicidade

Para superar a crise, as empresas de cosméticos estão se reinventando. A Natura, que ficou conhecida pela venda direta, abriu lojas para atender o cliente. A primeira foi em 2016, no MorumbiShopping, em São Paulo, e mostrou crescimento nas vendas. “Fizemos renovação no nosso modelo comercial, profissionalizamos a consultora, digitalizamos a nossa força de vendas (temos a consultora offline e digital) e reposicionamos a marca, com a abertura de lojas nos principais shoppings do Brasil”, destaca Erasmo Toledo, vice-presidente de venda direta da Natura.

O presidente do Boticário diz que o setor investe em tecnologia e inovação. “Para o consumidor, esse investimento se traduz em melhor performance e oferece as melhores compras para que ele possa adquirir os produtos com preços mais baratos sem perder qualidade”, diz.

O indicador Índice do Batom mostra que, mesmo durante as crises, as pessoas continuam investindo em cosméticos (Thinkstock/VEJA.com)

Exportações

A Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) diz que o setor também vai bem no comércio externo. Em janeiro e fevereiro deste ano, o superávit comercial acumulado foi de 9,6 milhões de dólares – diferença entre 109,9 milhões de dólares de exportação e 100,3 milhões de dólares de importação. Os números equivalem a crescimento de 16,5% em comparação ao igual período do ano anterior. Em 2015, o mercado de cosméticos teve a primeira retração em 23 anos. O recuo foi de 2,5% de janeiro a abril daquele ano.

Continua após a publicidade

Mesmo com o aumento, a entidade alega que o número está longe de trazer tranquilidade às indústrias. Isso porque, ao longo de 2017, foi registrado déficit na balança comercial em função da alta tributação dos produtos, que reduz a competitividade no exterior. “Os números são otimistas, mas estão abaixo do que o setor registrava, com média de 10%. Já tivemos, inclusive, período negativo”, afirma Artur Grynbaum, presidente do Grupo Boticário.

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

O Brasil está mudando. O tempo todo.

Acompanhe por VEJA.

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 2,00/semana*

ou
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de R$ 39,90/mês

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.