Brasil perde espaço e está em 4º lugar em ranking de planos de negócios
Com retomada do crescimento das economias desenvolvidas, país fica atrás de China, Estados Unidos e Alemanha em pesquisa realizada pela PwC

O Brasil perde importância nos planos de negócios, mas continua em quarto lugar na lista dos mais citados por executivos de todo o mundo, segundo pesquisa divulgada na terça-feira pela consultoria PricewaterhouseCoopers (PwC). EUA e outras economias avançadas voltam a ganhar destaque no planejamento externo das companhias, tomando espaço de emergentes, como dos Brics (grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) – com exceção da China.
Na pesquisa da PwC, executivos foram convidados a apontar os três países, com exceção do próprio, mais importantes para suas perspectivas de crescimento neste ano. Foram entrevistados 1.344 dirigentes de empresas, distribuídos de acordo com o peso econômico dos países.
China (33%), EUA (30%), Alemanha (17%), Brasil (12%) e Japão (7%) foram os cinco mais citados. Excetuado o Brasil, com perda de 3 pontos porcentuais, todos esses países tiveram ganhos em relação à pesquisa do ano anterior. Os Estados Unidos tiveram o maior avanço (7 pontos). Os menores foram os da China e do Japão (2 pontos cada). Indonésia, México e Rússia nada ganharam ou perderam. A Índia, como o Brasil, perdeu 3 pontos e ficou com 7%.
“A recuperação da economia global continua frágil, mas, com a redução das pressões imediatas, os executivos se sentem mais otimistas e passam gradualmente do modo sobrevivência para o modo crescimento”, comentou o presidente da PwC International, Dennis M. Nally. Ele lembra ainda que, passado o período mais difícil da crise, as empresas estão agora na fase de se preparar para as novas condições econômicas.
A mudança do cenário global – com a recuperação no mundo rico e a desaceleração de alguns emergentes – já produz efeitos nas decisões de empresários. “A China permanece robusta, graças a vastas reservas cambiais e a extensas medidas de reformas introduzidas pelo governo central”, diz o relatório. “Mas o Brasil sofre uma enorme ressaca de endividamento e a Índia tem sido lenta na abertura de seus mercados”. Além disso, a Rússia depende excessivamente da exportação de commodities e o crescimento da África do Sul tem sido prejudicado pela regulação pesada, de acordo com o documento.
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A mudança coincide com a retomada do crescimento no mundo rico, liderada pela economia americana. A alteração do cenário também se reflete no maior otimismo quanto à economia global: 44% dos entrevistados disseram acreditar em melhora. No ano anterior eram 18%.
Quando perguntados sobre a expectativa de suas próprias empresas ganharem mais dinheiro em 2014, apenas 39% apostam que sim. Os brasileiros estão acima dessa média, com 42% confiantes em maior receita neste ano, mas ficam bem longe dos russos (53%), os mais otimitas, assim como dos mexicanos (51%), coreanos (50%) e indianos (49%).
A divulgação da pesquisa vem logo após o anúncio das novas projeções do Fundo Monetário Internacional (FMI), com menor crescimento estimado para o Brasil (2,3%) do que para a economia global (3,7%) neste ano. Com melhor desempenho que o do mundo rico na pior fase da crise, os Brics hoje exibem menor dinamismo e já se especula se estarão enfrentando uma crise de meia-idade – tema de uma sessão do Fórum Econômico Mundial marcada para a quinta-feira. Está prevista a participação do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
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Ressaca – Mudanças mais profundas e de maior alcance também estão no radar das companhias. Os entrevistados destacaram três tendências com potencial para transformar seus negócios nos próximos cinco anos: 81% apontaram avanços na tecnologia da informação (incluída a expansão da mídia social). Mudanças demográficas (com impacto, por exemplo, na redistribuição global da força de trabalho) foram citadas por 61%. A redivisão do poder econômico foi destacada por 59%. Essas alterações já começaram, mas vêm ganhando velocidade e poderão afetar os mercados e as perspectivas das empresas nas próximas décadas, assinala o relatório. Do lado positivo, pode-se contar com a melhora de condições de 1 bilhão de pessoas nos mercados emergentes. Do lado negativo, maior desemprego e maiores problemas de escassez de recursos.
A sondagem global da PwC com executivos é produzida há 17 anos e habitualmente divulgada um dia antes da abertura da reunião do Fórum de Davos.
(com Estadão Conteúdo)
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