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Bolsonaro lança mão de uma medida eleitoreira a cada três dias no 2º turno

Antecipação de benefícios sociais e início do consignado do Auxílio Brasil são estratégias para tentar garantir votos e um segundo mandato

Por Larissa Quintino, Felipe Mendes Atualizado em 20 out 2022, 19h44 - Publicado em 20 out 2022, 10h42

Desde o dia 3 de outubro, início da campanha do segundo turno, o governo do presidente Jair Bolsonaro anunciou sete medidas envolvendo benefícios sociais. Em 18 dias corridos de campanha, isso significa um anúncio a cada dois ou três dias. Focadas em tentar trazer mais dividendos eleitorais ao candidato à reeleição pelo PL, o governo tem focado o uso da máquina pública principalmente em ações do Auxílio Brasil, o benefício social para famílias vulneráveis que substituiu o Bolsa Família.

Das sete ações anunciadas ou iniciadas durante o segundo turno, quatro possuem relação direta com o Auxílio Brasil. Logo na saída da prorrogação eleitoral, o governo antecipou o calendário do Auxílio Brasil. O benefício de 400 reais paga, de agosto até dezembro deste ano, 600 reais. O aumento foi liberado após a aprovação da PEC das Bondades no Congresso, que criou um estado de emergência para manobrar a lei eleitoral e autorizar benefícios sociais às vésperas da eleição. Com a antecipação do calendário, o governo conclui o pagamento do Auxílio antes da votação, marcada para o dia 30. Ao todo, 12,1 bilhões de reais são pagos com a antecipação neste mês. O calendário do benefício chegou a ser antecipado em agosto, quando passou a 600 reais. Em setembro, não houve medidas em relação às datas, que foram divulgadas no início do ano.

Além da antecipação do calendário, o governo Bolsonaro incluiu mais 500 mil famílias no programa e prorrogou o prazo para cadastramento do CadÚnico, a porta de entrada para o benefício. Além disso, o Ministério da Cidadania autorizou o início do empréstimo consignado do Auxílio Brasil na semana do dia 11, com a Caixa Econômica Federal e outras 11 instituições financeiras autorizadas a operar a linha de crédito. O empréstimo consignado desconta o valor das parcelas diretamente do pagamento do benefício social. A taxa de juros autorizada é de 3,5% ao mês, bem acima da aplicada para aposentados e pensionistas do INSS, de 2,14%.

Ainda na esteira dos auxílios, Bolsonaro também autorizou a antecipação da parcela de 1.000 reais para caminhoneiros e taxistas. O programa, também criado pela PEC das Bondades, tinha como objetivo servir de ajuda de custo para motoristas durante a alta dos combustíveis. Os preços, entretanto, chegaram a recuar até 30% entre julho e setembro com a redução do ICMS e a queda do petróleo no mercado internacional. Os taxistas, inclusive, devem receber uma parcela a mais do benefício em dezembro, segundo anúncio do Ministério do Trabalho e Previdência, que opera o benefício.

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A última medida anunciada, na quarta-feira, 19, foi a autorização do uso do FGTS futuro para a compra da casa própria no programa Casa Verde e Amarela. A medida vale para famílias com renda mensal bruta de até 2,4 mil reais. Na prática, a medida funcionará como uma espécie de consignado do FGTS. Em vez de o dinheiro depositado mensalmente ir para a conta do trabalhador, será descontado para ajudar a pagar as prestações.

Pesquisas

As ações focadas na eleição têm dado mostras de influência, segundo as últimas pesquisas de intenção de voto, e fizeram acender um sinal de alerta para o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que lidera a corrida pelo Planalto contra o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). Segundo o Datafolha, encomendado pela Globo e pela Folha de S. Paulo, Bolsonaro cresceu 7 pontos percentuais dentro da parcela de beneficiários do Auxílio Brasil, que começaram a sentir maior efeito do aumento do benefício de 400 para 600 reais, anunciado no fim de agosto. Já na pesquisa Quaest/Genial, nota-se um crescimento expressivo na parcela da população que recebe de dois a cinco salários mínimos, o que dá a liderança a Bolsonaro nessa fatia.

Dentre os beneficiários do Auxílio Brasil, Bolsonaro avançou de 33% para 40% na pesquisa divulgada nesta quarta-feira. Lula, por sua vez, regrediu de 62% para 56%.

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