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Bolsas despencam com quedas de economias no 2º trimestre

Além da queda recorde no PIB americano, aumento do desemprego nos EUA e retração de 10,1% na economia alemã ditam o pessimismo nos mercados

Por Luisa Purchio Atualizado em 30 jul 2020, 11h48 - Publicado em 30 jul 2020, 11h34

A quinta-feira, 30, do mercado financeiro começou pessimista com a divulgação de dados das principais economias mundiais, que indicam o tamanho do buraco causado pela pandemia no segundo trimestre do ano, mostrando que há um longo caminho para a recuperação. O PIB da Alemanha do período teve retração de 10,1%, diferente da expectativa do mercado, que esperava uma queda de 9%. Além disso, os Estados Unidos divulgaram uma retração histórica de seu PIB, de 32,9% no 2º trimestre de 2020. Apesar de esse número ser melhor que o esperado pelo mercado, que projetava uma queda de 34%, ele é o mais baixo da série histórica, computado desde 1947, ou seja, desde a 2ª Guerra Mundial. Com os dados negativos, as principais bolsas do mundo responderam com queda acentuada. As bolsas americanas operavam em baixa acima de 1% nos índices futuros, antes de o mercado à vista abrir. O Dow Jones, por exemplo, apresentava queda de 1,19%, o S&P 500, retração de 1,17%, e o Nasdaq -1,2%, prenunciando a tendência de queda das principais praças financeiras do mundo. Por aqui, o Ibovespa recuava 1,26% por volta das 11h30. O Dax, principal índice da Alemanha, tombava 3,9%.

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Além dos dados que mostram a economia do 2º tri, o indicador de seguro desemprego nos EUA, que mostra a situação do mercado de trabalho da maior economia do mundo quase que em tempo real, trouxeram aumento em 12 mil pedidos na semana que se encerrou do dia 25 de julho, totalizando 1.43 milhão de pessoas dependentes do auxílio. Esse número é particularmente importante porque mostra que o ritmo de consumo está lento, o que reflete no número de contratações. “Isso confirma o que o presidente do Fed, Jerome Powell, falou ontem, de que ainda há um longo caminho de recuperação e que é preciso combater o vírus”, diz Victor Beyruti, analista da Guide Investimentos.

“Essa piora do bom-humor reflete o aumento dos casos da Covid-19 em regiões que estavam estáveis. Apesar de o PIB americano vir melhor que o esperado pelos analistas, a elevação do seguro-desemprego, indica que a retomada pode ser mais lenta que o esperado”, diz Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos

A volatilidade das bolsas de valores é uma tendência que vem ocorrendo desde o início da pandemia, em relação aos índices de todo o mundo, como Estados Unidos, China, Alemanha e Brasil. As bolsas sobem acentuadamente quando uma informação como indústria, varejo, PIB ou desemprego de algum país é positivo, assim como avanços nas pesquisas da vacina contra a Covid-19. O inverso ocorre quando esses dados são negativos e abaixo do esperado. Essa montanha-russa não é tão recorrente no mercado financeiro e agora ocorre porque a pandemia do novo coronavírus é um fenômeno sem precedentes, cujos impactos econômicos ainda são desconhecidos. “O mercado tem aversão ao inesperado. Os dados durante a pandemia ainda são muito novos e é muito difícil precificar. Só conhecemos os indicadores quando eles são divulgados”, diz Carvalho, da Toro.

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A cotação em real do dólar comercial, por sua vez, está no zero a zero. De um lado da balança, há a expectativa sobre a aprovação das reformas fiscais do país e o anúncio de ontem de Jerome Powell de que o Federal Reserve continuará injetando dólares na economia. Do outro, porém, estão os dados pessimistas sobre a lenta recuperação da economia mundial e o risco de novas ondas. Na manhã de hoje, o dólar comercial estava praticamente estável, em leve queda de 0,04%.

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