Bolsa devolve ganhos e sobe apenas 0,88% após renúncia de Graça
Papéis da estatal chegaram a subir 8%, mas recuaram depois que investidores começaram a realizar ganhos com o papel após a subida de 14% da última terça
O principal índice da bolsa paulista fechou em alta nesta quarta-feira, pelo terceiro pregão seguido, puxado pelo forte avanço de ações de bancos, em sessão marcada pela repercussão da renúncia de boa parte da diretoria da Petrobras, incluindo a presidente da estatal, Maria das Graças Foster. O comunicado foi feito pela estatal por meio de sua página na internet.
De acordo com dados preliminares, o Ibovespa avançou 0,88%, a 49.394 pontos. Na máxima, chegou a subir 1,54%, a 49.718 pontos. O volume financeiro da sessão alcançou 7,5 bilhões de reais.
As preferenciais da Petrobras fecharam com ganho de apenas 0,20%, a 10,06 reais, após uma sessão volátil, também de acordo com informações preliminares. O papel ON subiu 1,12%. Nestes três pregões em alta, que coincidem com o mês de fevereiro, as ações já acumularam alta de 23,13% e 22,49%, respectivamente. Em janeiro, os papéis tinham caído 16,16% e 18,36%, na mesma ordem.
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Ações da Petrobras operam com forte volatilidade nesta quarta
As ações da estatal chegaram a subir quase 8% logo após a divulgação da notícia nos primeiros minutos do pregão, mas a alta arrefeceu e as preferenciais chegaram a cair 4,4% no pior momento, diante da cautela quanto aos possíveis substitutos, bem como os reais efeitos da renúncia na divulgação do balanço auditado de 2014. Segundo analistas, a devolução dos ganhos é explicada pela grande alta das ações ocorrida na terça-feira, quando os papéis subiram 14%. Especuladores procuraram realizar seus ganhos nesta quarta, temendo nova queda no valor das ações.
Com a oficialização da renúncia, reforça-se a expectativa do mercado sobre a entrada de uma nova diretoria e suas consequências para a empresa, como a divulgação das informações financeiras atrasadas. No último dia 27, a empresa divulgou seu balanço referente ao terceiro trimestre sem a chancela de uma auditoria independente. Estima-se que as baixas contábeis decorrente de contratos superfaturados da estatal estejam estimadas em 88 bilhões de reais.
Sem o balanço auditado, a Petrobras pode ser obrigada a quitar débitos antecipados com credores e pode perder seu grau de investimento. O tempo é curto e a leitura é de que precisa ser um nome de fora do meio político se a questão é dar credibilidade à empresa.
O governo abriu duas frentes ministeriais na busca por uma solução para o comando da Petrobras. Aloizio Mercadante, da Casa Civil, coordena a busca por nomes para a presidência executiva da empresa; e Joaquim Levy, da Fazenda, tenta arregimentar nomes para o Conselho de Administração capazes de devolver à companhia a credibilidade do mercado.
(Com Estadão Conteúdo)