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Graça Foster renuncia à presidência da Petrobras

Executiva e mais cinco diretores deixam a estatal. Novos executivos serão eleitos em reunião do Conselho de Administração na próxima sexta-feira

Por Da Redação
4 fev 2015, 09h49

(Atualizado às 13h45)

A presidente da Petrobras, Graça Foster, e cinco diretores da companhia renunciaram ao cargo e novos executivos serão eleitos em reunião do Conselho de Administração que será realizada na sexta-feira. As renúncias foram comunicadas pela própria estatal nesta quarta em um ofício ao mercado. A saída da diretoria acontece em meio às investigações de um escândalo bilionário de corrupção e a dificuldade da atual gestão da companhia para quantificar os prejuízos com fraudes em contratos de obras durante anos. A empresa não confirma, mas fontes de mercado citam que as renúncias envolvem os diretores José Formigli (Exploração e Produção), Almir Barbassa (Financeiro), José Antônio de Figueiredo (Engenharia), José Cosenza (Abastecimento) e José Alcides Santoro (Gás e Energia). Teria permanecido na companhia apenas José Eduardo de Barros Dutra, da diretoria de Serviços, indicação de Lula na empresa.

arte - diretoria da Petrobras
arte – diretoria da Petrobras (VEJA)

Na tarde de terça-feira, Graça se reuniu com Dilma no Palácio do Planalto depois de saber, por meio de reportagens na imprensa, que o governo buscava substituto para o cargo de chefia da Petrobras. A presidente incumbiu o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, de sondar nomes de mercado que aceitassem a missão, depois de ter se decepcionado com a maneira com que Graça conduziu a divulgação dos resultados não auditados da empresa, no último dia 27.

Dilma considerou “amador” o cálculo de 88 bilhões de reais em baixa dos ativos da empresa por causa dos desvios decorrentes da corrupção. O cálculo foi feito com base em uma metodologia que avalia o sobrepreço em 31 ativos da Petrobras. Na avaliação da presidente da República, esse número foi mal avaliado, por pelo fato de os auditores terem colocado no mesmo patamar ativos bons e aqueles afetados pelos desvios. O fato é que é justamente o desacordo entre o valor das perdas com corrupção que faz com que a consultoria PricewaterhouseCoopers, que audita os balanços da Petrobras, se negue a chancelar os resultados por enquanto.

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Após a reunião desta terça, Graça voltou a entregar o cargo para a presidente Dilma, que aceitou a demissão, mas não antes que a executiva realizasse a tarefa de recalcular “melhor” as perdas com os desvios. Graça soube, oficialmente, que seria substituída até março, assim como toda a diretoria atual. Devido à tarefa que lhe foi atribuída nesse intervalo, esperava-se que a presidente da estatal permanecesse no cargo até que Dilma encontrasse o novo ocupante da cadeira, dinâmica similar à da saída de Guido Mantega do Ministério da Fazenda. Mas Graça não se sustentou.

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A saída não é bem uma surpresa, já que a executiva havia entregado o cargo a Dilma em mais de uma ocasião no ano passado, conforme revelou o site de VEJA. Contudo, a forma desastrada como a troca de poder é conduzida deixa o caminho mais tortuoso para o futuro chefe da empresa, já que ele entrará num ambiente em que transição foi feita às pressas e de forma descoordenada – sem contar o contexto de investigação criminal que paira nos corredores da sede, no Rio de Janeiro.

A expectativa é de que a presidente escolha um nome de mercado para ocupar a cadeira — missão árdua diante dos problemas financeiros, de gestão e judiciais que afetam a companhia. Um obstáculo para tal missão é a eleição do peemedebista Eduardo Cunha, desafeto de Dilma, para a presidência da Câmara. Como o deputado é considerado o líder da dissidência da base governista, caberá ao governo negociar com ele apoio para as votações de seu interesse. A moeda de troca, em muitos casos, será a distribuição de cargos do segundo escalão do governo. A Petrobras, cuja presidência tem sido ocupada por petistas desde a entrada de Lula, é a cereja do bolo. Caberá à presidente ceder ou não.

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