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Bancos centrais levam alívio pelo mundo e Ibovespa sobe 9,7%

As principais bolsas do mundo encerraram em alta depois de as autoridades monetárias injetarem recursos para o respiro de empresas

Por Victor Irajá Atualizado em 4 jun 2024, 14h24 - Publicado em 24 mar 2020, 17h34

Em um dia de recuperação dos mercados mundiais em meio à pandemia do novo coronavírus, a Bolsa de Valores de São Paulo, a B3, fechou em alta de 9,7% no pregão desta terça-feira, 24. Os leilões encerraram com o Ibovespa registrando 69.729 pontos, depois de amargar queda de 5,22% na segunda-feira 23 e mostrar o menor nível desde junho de 2017.

A disparada foi motivada pelo movimento do Governo Federal de ajuda de 88 bilhões de reais aos estados e o anúncio de gritantes 2 trilhões de dólares para o respiro de empresas por parte dos Estados Unidos. A medida mais importante foi anunciada pelo Federal Reserve (o banco central estadunidense), que afirmou que irá comprar títulos corporativos numa nova fase do Quantitative Easing — desta vez, numa versão ilimitada. Donald Trump também divulgou novas linhas de crédito facilitadas para pequenas empresas e programas de recompra de títulos públicos — ações similares foram adotadas por países como a Coreia do Sul e o Japão. “A bolsa vem de dias de quedas irracionais, e o mercado está totalmente ilógico”, avalia Pedro Galdi, da Mirae Investimentos.

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A alta também reflete as declarações do presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, que, nesta segunda-feira, 23, afirmou que a instituição tem grande arsenal para fazer frente a qualquer tipo de crise, ao comentar o potencial destrutivo da economia do novo coronavírus. A fala foi feita após a divulgação de medidas e ações em estudo que, juntas, implicam uma injeção de 1,2 trilhão de reais no sistema financeiro nacional. Em entrevista coletiva realizada por videoconferência, Campos Neto defendeu que o sistema financeiro brasileiro é sólido e está habilitado para “funcionar perfeitamente”. Ele disse ainda que o BC “está absolutamente tranquilo” e disponível para prover o incentivo que for necessário.

Para Galdi, a disparada mostra que o mercado espera responsabilidade dos governos para que preparem o terreno para um cenário pós-crise. “Se as gestões forem competentes, a economia volta a crescer com vigor no segundo semestre”, projeta.

Nas bolsas americana e europeias, o dia também foi de alívio. A bolsa de Londres, encerrou o dia em alta de 9%, enquanto as bolsas da Alemanha e da Itália encerraram os pregões em aceleração de 10,9% e 8,9%, respectivamente. O fim anunciado para o próximo dia 8 da quarentena em Wuhan, cidade que originou a pandemia, também tranquilizou os investidores. O dólar, por sua vez, encerrou o dia em queda de 1,1%, valendo 5,08 reais.

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