Banco Central aposta em queda da inflação ao longo do ano
Ata da última reunião do Copom informa que órgão aposta em IPCA a 4,5% em 2012, mas alerta: eventual queda de juros será conduzida com 'parcimônia'
O Banco Central aposta em uma queda da inflação ao longo do ano. É o que indica a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC, em que os diretores optaram por cortar a Selic, taxa básica de juros da economia, em 0,5 ponto porcentual. O documento foi divuldago nesta sexta-feira. A projeção para a inflação medida pelo IPCA caiu para 4,5% em 2012, justamente no centro da meta estabelecida pelo governo. Segundo dados do IBGE, o IPCA acumula alta de 4,99 em 12 meses.
O Copom manteve seu discurso de que qualquer flexibilização monetária adicional, com mais reduções de juros, deve ser conduzida com “parcimônia”. A ata informa, ainda, que, mesmo com a recuperação econômica mais lenta, o órgão terá cautela com novos movimentos. A taxa de juros brsileira econtra-se, atualmente, em 8,5% ao ano.
“O Copom entende que ocorreram mudanças estruturais significativas na economia brasileira, as quais determinaram recuo nas taxas de juros em geral, e, em particular, na taxa neutra”, trouxe a ata, ao se referir a oferta de poupança externa e a redução no seu custo de captação – fatores que contribuem para juros menores.
A estabilidade macroeconômica, o cumprimento de metas de inflação nos últimos anos e os avanços institucionais fazem, segundo o BC, que o Brasil capte a juros mais baixos no exterior e seus prêmios de risco diminuem. Para ele, isso deve ser uma tendência permanente.
“Além disso, o processo de redução dos juros foi favorecido por mudanças na estrutura dos mercados financeiros e de capitais, pelo aprofundamento do mercado de crédito bem como pela geração de superávits primários consistentes com a manutenção de tendência decrescente para a relação entre dívida pública e PIB”, disse a equipe de política monetária.
Demanda doméstica – O Copom acredita que a demanda doméstica deve se apresentar robusta, especialmente o consumo das famílias, em grande parte devido aos efeitos de fatores de estímulo, como o crescimento da renda e a expansão moderada do crédito. Esse ambiente deve permanecer nos próximos semestres, na medida em que o impacto das ações recentes para estimular a economia começar a ser sentido. Porém, o órgão destaca que a tendência é que os gastos públicos diminuam.
O BC alertou ainda que acompanhará de perto o ruim cenário econômico no exterior para tomar novas decisões de política monetária, especialmente para manter a inflação na meta, cujo centro é 4,5% ao ano.
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(com Agência Estado)