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As perspectivas do mercado financeiro com a ‘onda azul’ nos EUA

Apesar da disparada no curto prazo, tendência em período maior é de diminuição nas altas das empresas de tecnologia e crescimento nas companhias de valor

Por Luisa Purchio Atualizado em 7 jan 2021, 15h34 - Publicado em 7 jan 2021, 13h32

O resultado eleitoral americano surpreendeu até mesmo os institutos de pesquisa, que davam como certa a vitória dos republicanos como maioria no Senado. Após reclamações do presidente americano Donald Trump e a lamentável invasão do Capitólio que terminou com a morte de quatro pessoas, os Estados Unidos amanheceram nesta quinta-feira, 7, com as cores azuis, que representam o partido democrata. A ele pertencem o presidente eleito Joe Biden, a maioria da Casa dos Representantes (equivalente à Câmara dos Deputados no Brasil) e 50% das cadeiras do Senado. Isso significa que, em caso de empate em votação no Senado, quem tem o voto de minerva é a vice-presidente eleita, Kamala Harris, também democrata. Essa nova configuração política que se desenhou em Washington serviu como um alento para o mercado financeiro, já que a política econômica de Biden deve ser implantada de forma menos dificultosa e isso significa mais estímulos na maior economia do mundo.

“Conseguir esse voto da Kamala Harris dá igualdade aos democratas perante os republicanos no senado e isso vai fazer com que os planos econômicos do Biden ganhem maior tração”, diz Alejandro Ortiz, economista da Guide Investimentos. “Investimentos como em infraestrutura, energia renovável, educação e retreinamento da força de trabalho ganham maior facilidade de aprovação e isso é muito bom para o crescimento potencial da economia”, diz ele. Nesse novo ciclo de bonança dos mercados americanos, impulsionado também pelas vacinas, ganha o Brasil, cuja bolsa de valores é diretamente influenciada pelas empresas de lá. O Ibovespa bateu recorde atrás de recorde de sua máxima intradia, alcançando 121.659,83 por volta das 13h15.

Na quarta-feira, o Dow Jones fechou com uma alta acima de 400 pontos e, no final da manhã de hoje, após a aprovação do Congresso americano da vitória de Joe Biden, subia mais de 0,30%. Esse índice tem como principal segmento justamente as empresas com maior valor de mercado e abrange grande parte da indústria americana, portanto sua subida está diretamente relacionada com a onda azul e seu impacto positivo na indústria. Mas não foi só ele que subiu. O S&P 500, que considera o valor de mercado, mas também de ações, fechou em alta de 0,57% e, no final da manhã de hoje, subiu 1,30%. Por outro lado, a Nasdaq ontem fechou em queda de 0,60% e, por volta do meio-dia no horário de Brasília, subia 1,94%.

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Apesar de todas estarem subindo nesta quinta-feira, 7, o fato de a Nasdaq ter caído na quarta-feira, na contramão das outras bolsas, mostra a possível direção desse novo período para as bolsas americanas. Isso acontece porque hoje a alta de preço das ações está relacionada com a diminuição das incertezas, o que impulsiona todos para cima. “A chance de a eleição presidencial ser questionada ficou para trás e essa retirada de risco faz com que as bolsas se valorizem globalmente. Ontem, houve a invasão do Congresso, mas depois a sessão voltou e a casa chancelou a eleição do Biden, tranquilizando os mercados”, diz Thomás Gibertoni, economista da Portofino Multi Family Office.

No médio prazo, porém, a análise do mercado é que a Nasdaq irá se enfraquecer após a posse de Biden, que propôs maior taxação das empresas de tecnologia, o que certamente prejudicará os seus resultados. Outro ponto é que a imunização da população muda novamente a direção das chaves dos mercados uma vez que as empresas favorecidas pelo isolamento social deixam de se beneficiar. Além disso, com o maior aporte fiscal na economia, caminho que os democratas vão querer trilhar, os juros do país tendem aumentar, o que beneficia as empresas de menor porte. “As empresas de crescimento se beneficiam muito com o juros baixos, mas por outro lado as small caps sobem com a injeção de combustível na economia. São empresas de serviço, varejo e consumo que ganham muito com dinheiro na mão do consumidor”, diz Gibertoni.

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